O Conselho de Ética aprovou há pouco, por 10 votos a 3, o parecer do deputado Chico Alencar (Psol-RJ) que sugere a perda de mandato do deputado Wanderval Santos (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar. O processo segue agora para o plenário.
O deputado paulista é acusado de ter sido beneficiário de R$ 150 mil do caixa dois do PT por intermédio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. O processo foi aberto depois que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Correios divulgou que o motorista de Wanderval Santos, Célio Marcos Siqueira, sacou esse valor das contas de Valério, na agência do Banco Rural em Brasília. O deputado argumenta que não sabia do saque, que teria sido ordenado pelo ex-deputado Carlos Rodrigues, a quem era subordinado na Igreja Universal do Reino de Deus.
Wanderval Santos afirmou que vai recorrer da decisão à Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. " Se for necessário, vou recorrer também ao Supremo Tribunal Federal " , disse.
O advogado do deputado, Marcelo Bessa, protestou contra o parecer do conselho, que, segundo ele, abordou fatos não mencionados na representação encaminhada ao conselho pela Mesa Diretora. O advogado disse que Wanderval não teve oportunidade para se defender desses fatos porque eles só apareceram após a apresentação de documentos e dos depoimentos das testemunhas de defesa.
O deputado José Carlos Araújo (PL-BA), que havia apresentado voto em separado sugerindo a suspensão do mandato por 30 dias, não participou da votação. Ele exerce a função de suplente no conselho.