Alagoas deve integrar rede de tratamento do tabagismo em 2006

Uma das metas deste ano do Inca (Instituto Nacional do Câncer) é expandir o Programa Nacional de Controle do Tabagismo em mais seis Estados, entre eles Alagoas. Para isso, o instituto está consolidando uma rede de unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) que presta assistência aos fumantes com atendimento médico, psicológico e distribuição de medicamentos.

A meta foi anunciada pelo coordenador das ações de tabagismo do Inca, Ricardo Meireles , que espera atender 175 mil fumantes que queiram largar o vício. Os outros Estados que também devem participar da rede são Acre, Amapá, Roraima, Rondônia e Piauí. "Antes, é preciso que as unidades de saúde se habilitem a integrar a lista de centros de referência. Há três critérios básicos: tem que ser unidade credenciada do SUS, tem que ser área livre de fumo e tem que ter profissionais preparados", contou.

Cálculos do Inca mostram que 18,3 milhões de fumantes necessitam de tratamento no Brasil. Esse número corresponde a 97% dos 80% interessados em parar de fumar. Os 3% restantes são aqueles que conseguem parar espontaneamente, sem ajuda profissional e sem medicamentos.

A estimativa é baseada no número da população considerada fumante. "Calculamos que, com base no censo do IBGE de 2003, eram 125 milhões de habitantes acima de 15 anos. Sabemos que 19% deles são fumantes, portanto, cerca de 24 milhões", mostrou Meireles.

De acordo com as pesquisas do Inca, o número de casos novos de câncer de pulmão estimados para o Brasil neste ano, é de 17.850 entre homens e de 9.320 nas mulheres. Em Alagoas, cerca de 130 pessoas devem contrair a doença, que é extremamente ligada ao fumo.

Pela análise do instituto, o hábito de fumar continua sendo responsável pela maioria dos casos diagnosticados de câncer de pulmão nos homens (podendo chegar a mais de 90% em alguns países ou regiões). Nas mulheres, pode-se atribuir cerca de metade dos casos de câncer pulmonar ao tabagismo.

O hábito de fumar é capaz de aumentar o risco de contrair o câncer em 20 a 30 vezes em tabagistas de longa data e em 30 a 50% em fumantes passivos, não existindo nenhuma dose ou quantidade segura para o consumo.

Programa

O programa de controle do tabagismo foi criado em 1989 para reduzir a mortalidade relacionada ao fumo e começou com ações educativas de prevenção nas escolas, além de proteção aos não-fumantes, estimulando a criação de áreas livres de fumo.

O Inca incluiu o tratamento como parte das ações do programa depois que pesquisas internacionais comprovaram que 80% daqueles que fumam querem largar o vício. Atualmente, o tabagismo é classificado como doença crônica pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O fumo causa dependência química e está relacionado ao aparecimento de outras 50 doenças, entre elas o câncer, enfisema pulmonar, pneumonia, aneurisma e derrame cerebral.

Algumas orientações simples que funcionam são escovar os dentes assim que terminar as refeições, evitar o café (bebida comumente associada ao fumo), escolher alguém com quem se relaciona no dia-a-dia para ajudá-lo na tarefa de largar o cigarro, entre outras. Além disso, o fumante recebe alguns conselhos para aprender a viver sem o cigarro.

Campanhas

Em setembro do ano passado, o Estado de Alagoas foi homenageado pelo segundo melhor trabalho do país no combate ao tabagismo em locais públicos. A homenagem foi prestada em uma oficina realizada em Brasília, pelo Instituto Nacional do Câncer, que elegeu Distrito Federal e Sergipe com o 1º e 3º melhores trabalhos, respectivamente.

Entre as ações que levaram o Estado a receber a homenagem está o empenho da Procuradoria Regional do Trabalho e do Ministério Público para cobrar o cumprimento da lei municipal e federal que impedem o fumo em locais públicos fechados, como shoppings e supermercados.

O resultado das ações já podem ser vistos nos locais públicos, que agora têm a presença de fumódromos e avisos informativos que proíbem a presença de fumantes.

Com informações da Agência Brasil

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