Chinaglia participou nesta tarde de reunião de líderes partidários com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Prevaleceram os critérios políticos para Lula optar pelo aumento do mínimo de R$ 300 para R$ 350 em abril, e não em maio como acontece todos os anos.
Durante a reunião com os líderes, o presidente propôs o novo valor e pediu para que os congressistas encontrem um espaço para acomodar o impacto de R$ 5,6 bilhões que o reajuste do mínimo terá nas contas da União e que não estava previsto no Orçamento de 2006. Além disso, a correção da tabela do IR vai custar mais R$ 1 bilhão.
Ao final da reunião, Chinaglia afirmou que o governo já levou em conta esse impacto e também a capacidade de pagamento dos municípios antes de decidir sobre esse aumento de R$ 50.
Após a reunião com os líderes, o presidente conversa com sindicalistas e com o ministro Luiz Marinho (Trabalho) para pedir apoio à decisão. Lula dirá que não pode reajustar a tabela do IR em 10%, como pediam as centrais sindicais, para não inviabilizar a antecipação do reajuste do mínimo para abril.
Lula avalia que as duas medidas terão impacto positivo junto à opinião pública no ano em que pretende disputar a reeleição.
Chinaglia lembrou que durante os quatro anos do governo Lula o valor do salário mínimo terá subido do equivalente a 1,3 cesta básica para 2,2 cestas básicas.
Apesar de o reajuste do mínimo deste ano, de 16,7%, ser bem superior à inflação de 5,05% acumulada nos últimos doze meses pelo INPC (o índice que reajusta salários da maior parte das categorias), o valor definido não correspondeu às expectativas iniciais dos sindicalistas e só pode ser aceito após uma longa queda-de-braço.
As centrais sindicais começaram as negociações com a reivindicação de um mínimo de R$ 400 e a correção da tabela em 13%. Depois passaram a aceitar um mínimo de R$ 360 a partir de maio ou de R$ 350 em abril, com um reajuste do IR de 10%.
Na última quinta-feira, durante longa negociação com o ministro Luiz Marinho (Trabalho), parte dos sindicalistas já falava abertamente em aceitar a correção do IR em 8%.