Cassação de Luizinho no Conselho foi marcada por emoção e lágrimas

O Conselho de Ética enfrentou um dia tenso, com a aprovação apertada de dois processos de perda de mandato, dos deputados Roberto Brant (PFL-MG) e Professor Luizinho (PT-SP). A votação da cassação do parlamentar petista foi marcada por lágrimas e frases emocionadas de Luizinho, que disse, no entanto, estar confiante na votação em plenário de seu processo.

Em geral, o plenário da Câmara costuma seguir o voto do Conselho de Ética: quem teve seu mandato cassado pelos conselheiros apenas recebe a confirmação do restante de seus pares. A regra informal foi quebrada pelo caso do deputado Romeu Queiroz (PTB-MG), condenado no Conselho mas absolvido no plenário em dezembro.

"Não me conformo com o resultado. Eu fui julgado sem provas. Todas as testemunhas ouvidas atestam o meu não envolvimento no caso", comentou o deputado petista sobre o resultado no Conselho de Ética.

O parlamentar, que já foi líder do governo na Câmara, disse que vai decidir nos próximos dias se recorre ao não da decisão do Conselho à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

Lágrimas

A sessão do Conselho foi tensa e tanto o parlamentar Luizinho quanto a deputada Ann Pontes (PMDB-PA) se emocionaram e chegaram às lágrimas.

"A cassação do mandato é a pena de morte para um homem público. É a perda da honra. Eu não aceito, eu não me conformo. Os prejuízos causados a minha vida já são irreversíveis, mas a perda do mandato eu não aceito", disse ele, emocionado.

Já a deputada do PMDB, que votou a favor da cassação de Luizinho, disse que esse foi um dos momentos mais difíceis que já viveu no Conselho.

Contra o acordão

Ainda durante a sessão, o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) fez um apelo para que não haja "partidarização" das ações no Conselho e ainda manifestou preocupação com um possível acordão.

O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) afirmou que há um policiamento em relação as declarações dos conselheiros e acusou o relator do caso de Luizinho, o deputado Pedro Canedo, de ter mudado o seu voto por pressão de outros integrantes.

Irritado, Canedo respondeu: "o senhor não devia se basear no que lê na imprensa. Eu nunca disse que arquivaria o processo. Eu não gostei de ter lido isso na imprensa como o senhor não deve ter gostado de ter lido as matérias que diziam que o senhor foi flagrado com uma lista no carro do Marcos Valério".

Fonte: Folha Online

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