O PSOL não quer participar apenas das eleições presidenciais de 2006. O partido, que deve oficializar a candidatura da senadora Heloísa Helena (AL) à Presidência da República no próximo congresso, também pretende disputas as eleições para o governo de três Estados: Pará, Rio de Janeiro e São Paulo.
O deputado João Alfredo (CE) disse que o assunto será debatido no primeiro encontro nacional do partido, que acontecerá entre os dias 31 de março e 2 de abril. "Além do programa de governo [de Heloísa Helena], vamos discutir nossa política de alianças e amadurecer o debate sobre candidaturas aos governos de Estado."
Segundo ele, o provável candidato do PSOL ao governo do Pará é o ex-petista Edmilson Rodrigues, que já foi prefeito de Belém. No Rio, o candidato do partido ao governo de Estado deve ser outro ex-petista: Milton Temer.
Apesar do desejo de ter candidato ao governo de São Paulo, o PSOL ainda não definiu como será sua participação no processo eleitoral do Estado. Entre os cotados para assumir a candidatura de São Paulo está Plínio de Arruda Sampaio. "A discussão em São Paulo precisa amadurecer mais. Nosso desejo é ter candidato. O nome dele [Plínio de Arruda Sampaio] foi cotado. Mas ele não disse ainda se aceita participar da disputa", disse o deputado João Batista Araújo, o Babá (RJ).
Além dos candidatos a governador, o PSOL também quer ampliar sua participação na Câmara dos Deputados e Senado Federal. O partido é representado hoje nessas duas Casas por sete deputados federais e uma senadora: Heloísa Helena. "Queremos aumentar o máximo possível nossa bancada. Nosso desejo seria ter um representante em cada Estado do país", afirmou Babá.
Segundo ele, essa expansão é necessária para o PSOL escapar das punições previstas na chamada "cláusula de barreira", que exige que o partido tenha pelo menos 5% dos votos no país para ter tempo em rádio e TV e acesso à divisão da maior parte dos recursos do Fundo Partidário –mais importante fonte de recursos. "Essa cláusula foi criada para dificultar a vida dos pequenos partidos."
Apesar de admitir que será difícil atingir esse percentual de participação, Babá afirma que o PSOL pode crescer muito nestas eleições. "O nosso potencial de crescimento enorme. O PT perdeu muitos votos entre os eleitores de esquerda. Entre esses eleitores, a tendência é de migração de votos para o PSOL."
Alianças
Babá disse que a política de alianças partidárias do PSOL será muito "restritiva". "Nacionalmente, nossa política de alianças é viável com poucos partidos, como o PCB. Não descartamos uma aproximação com o PSTU, mas não conversamos ainda sobre isso", afirmou.
Segundo ele, é inviável para o PSOL se alinhar com vários partidos que hoje fazem oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o PSDB, PFL e PDT. "Temos diferenças programáticas e ideológicas com esses partidos que dificultam a formação de alianças."