Maceió perde um dos principais cartões-postais da cidade

Luis VilarLuis Vilar

Uma decisão judicial, estabelecida pelo Pleno do Tribunal Regional Federal (TRF) da 5ª Região, pôs fim a um dos principais cartões-postais de Maceió, o Alagoas Iate Clube, construído entre as praias de Ponta Verde e Pajuçara, em 1963.

Representantes do Ministério Público, Polícia Federal e Patrimônio Geral da União deram a ordem de demolição do estacionamento do clube, uma área de quatro mil metros quadrados e puseram abaixo o terreno superior do Alagoinha, alegando que a área é propriedade da União e impede o trânsito livre de pessoas na areia.

A questão vinha tramitando na Justiça há cinco anos e a demolição do estacionamento chegou a ser iniciada, mas devido a uma alegação da defesa do Alagoinha sobre a existência de acordo com o Ministério Público Federal foi temporariamente suspensa.

Paulo Costa, comodoro do Alagoinha, disse que a diretoria do clube vai entrar com ação de perdas e danos morais e materiais contra a União. Segundo ele, o clube havia perdido toda a sua receita, já que estava fechado há cerca de seis meses. Costa informou que o investimento no clube, ao logo dos últimos 43 anos, foi de aproximadamente R$ 30 milhões.

De acordo com o comodoro, o clube possui toda a documentação que comprova a sua regularidade. Relatórios de inspeção, estudos e pareceres da União e de outras instituições, que segundo ele comprovam que o clube foi construído obedecendo a tramitação legal.

O técnico do Patrimônio da União, Carlos Borromeu, afirmou que a área do clube também poderá ser destruída em breve. “O clube está sob estudo da União e o mais rápido possível pretendemos obter resultados. Caso se caracterize invasão, terá o mesmo destino para que a população possa usufruir do que é dela por direito.”

Sócio do Alagoinha há mais de 15 anos, Carlos Galdino lembra com muita saudade dos tempos de clube. “Aqui pulamos carnaval, fizemos amigos, comemoramos muitas datas. Isso é uma falta de sensibilidade da Justiça, esse clube faz parte da história de cidade. Para construir foram muitas pessoas, para destruir apenas um juiz que não conhece a importância do clube. É lamentável.”

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