Pobres gastam R$ 8,2 bi em 2005 com cartão de crédito

Os consumidores de baixa renda têm aumentado o uso de um meio até pouco tempo exclusivamente conhecido de quem dispõe de mais dinheiro: o cartão de crédito. De acordo com estudo divulgado pela Credicard, as pessoas com renda pessoal entre R$ 300 e R$ 500 movimentaram no ano passado o equivalente a R$ 8,2 bilhões, volume 25% superior ao de 2004.

Ao todo, foram contabilizados 15 milhões de plásticos nas mãos dessa faixa de renda. Em 2004, haviam sido 11,3 milhões de cartões.

O gasto médio do consumidor de baixa renda foi de R$ 544 em todo no ano, enquanto que tíquete médio de todo os donos de cartão ficou em R$ 1.908 em 2005.
No entanto, os consumidores de baixa renda ainda correspondem a 22,6% do total do mercado de cartões. Essa faixa de renda foi responsável por 6,5% do volume de transações.

Segundo o diretor-executivo de Marketing da Credicard, Fernando Chacon, esse segmento ainda está sendo apresentado ao cartão de crédito e tem muito a amadurecer. "É uma base muito nova, é preciso que esse público conheça e incorpore esses hábitos. Esse consumidor está começando a colocar o cartão no bolso e essa relação vai se intensificar."

Gastos

A pesquisa mostra que o consumidor de baixa renda tem hábitos semelhantes às classes mais abastadas. Os consumidores que recebem até R$ 500 reservam 65% do consumo para atender as necessidades básicas do dia-a-dia. A maior parcela de gastos vai para alimentação (35%), seguida por vestuário (23%) e moradia (11%).

Os consumidores dessa faixa de renda também vêm utilizando o cartão como meio de financiamento. Segundo a pesquisa, 27% disseram usar somente o cartão de crédito como instrumento de crédito. "Esse consumidor ainda tem pouca relação com a instituição financeira, então, ele usa o cartão para poder parcelar a fatura, tomar crédito pessoal etc."

Chacon não revela números a respeito da inadimplência da baixa renda. "É claro e notório que o público de baixa renda é mais afetado por oscilações da economia. Nominalmente é claro que os volumes subiram, mas proporcionalmente não aumentou."

Fonte: Folha Online

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