A diretora-presidente da Associação dos Amigos e Pais de Pessoas Especiais (AAPPE), Iraê Cardoso, está batalhando por um transporte exclusivo que atenda à comunidade surda assistida pela instituição. Ela já buscou ajuda nos órgãos públicos e setores privados, mas até o momento não obteve êxito.
“Já fui pedir ajuda em vários órgãos públicos e conversei com os responsáveis. Eles disseram que se sensibilizaram com o caso, mas não podem ajudar no momento. Não queremos esse sentimento de pena, estamos lutando para garantir a cidadania dos surdos.”, destaca.
A AAPPE é uma organização da sociedade civil, de utilidade pública nacional, filiada a FENEIS – Federação Nacional de Educação e Integração Nacional de Surdos – que oferece à comunidade surda educação, saúde, comunicação, integração e inserção no mercado de trabalho.
A instituição foi fundada em 1987 por um grupo de profissionais e familiares com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da comunidade surda de Alagoas e tornar-se um centro de referência em educação para surdos. A AAPE objetiva projetos voltados para questões educacionais, sociais, lingüísticas, comunicativas e profissionais na área de surdez.
A associação alfabetiza os surdos em todas as faixas etárias, ensina e interpreta a língua de sinais, capacita profissionais surdos e ouvintes para atuação na área de surdez, promove a comunicação entre ouvintes e surdos. Além disso, atua na divulgação e defesa dos direitos da comunidade e qualifica os surdos para desempenharem funções compatíveis com o mercado de trabalho.
“Os surdos que trabalham em supermercados de Maceió, por exemplo, estão empregados graças ao trabalho da associação. Muitos empresários estão começando a valorizar a mão-de-obra surda porque ela é capaz de realizar inúmeros trabalhos e interagir com os ouvintes.”, disse Iraê Cardoso.
A AAPPE oferece atendimento clínico à comunidade – através de um convênio firmado com o Sistema Único da Saúde (SUS) – nas áreas de pediatria, clínica geral, otorrinolaringologia, fonoaudiologia, assistência social, psicologia e fisioterapia.
Segundo a fisioterapeuta da AAPPE, Cristiane Barbosa, ela atende por semana cerca de 30 pacientes com dificuldades motoras. “Ao todo, temos mais de 100 pacientes cadastrados na clínica da associação. Mas, muitos surdos apresentam múltiplas deficiências e precisam ser atendidos por vários especialistas.”, afirma.