A juíza Neuza Maria Guido, da Vara da Infância e da Juventude de Belo Horizonte, determinou na tarde desta terça a entrega da menina Letícia Maria Cassiano a um casal que constava dos cadastros do Juizado. A criança, um bebê recém-nascido, foi salva por populares depois de ter sido atirada na Lagoa da Pampulha, zona Norte da capital mineira. A Polícia Civil mineira concluiu, no inquérito encaminhado terça à Justiça, que a menina foi jogada na água pela própria mãe, a promotora de vendas Simone Cassiano da Silva, 29 anos. A mulher, que está presa numa cela separada na penitenciária de mulheres Estevão Pinto, foi indiciada por tentativa de homicídio.
Em seu despacho, a juíza disse que fundamentou sua decisão de dar ao casal a guarda provisória da menina nos diversos documentos que fazem parte do processo. Além do inquérito policial e sindicâncias, a magistrada se baseou no laudo do Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais, que revelou, por meio do exame de DNA, que Letícia não é filha do advogado Gerson Reis Júnior, com quem Simone estava morando.
Este fato serviu para que o delegado Hélcio de Sá Bernardes formulasse a motivação do crime e indiciasse a mãe como autora da tentativa de homicídio. Diante disso, foi determinado que a menina deixasse o abrigo onde estava desde 30 de janeiro e fosse entregue ao casal escolhido.
Ela determinou que permaneçam em sigilo os nomes e o endereço residencial dos guardiães da criança. O objetivo é preservar a família. Na escolha do casal, a magistrada afirmou que se preocupou com a estrutura familiar, moral, vida social, condição econômica e financeira.
O avô materno e a madrasta da mãe biológica da criança entraram com um pedido de guarda, mas, segundo a juíza, trata-se de outro processo, que “segue os trâmites normais”. Os dois processos, relacionados a menores, correm em segredo de Justiça.