A ex-assessora financeira do Partido dos Trabalhadores (PT) de Londrina, Soraia Garcia, reafirmou nesta quarta-feira (08) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos do Senado a existência de caixa 2 na campanha para as eleições de 2004 do prefeito reeleito Nedson Micheleti. As declarações foram feitas pela primeira vez em depoimento na Polícia Federal.
Sem apresentar provas, Soraia também afirmou que a empresa Itaipu Binacional repassou para a campanha do PT na cidade R$ 400 mil. Durante a sessão da CPI, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) leu uma nota encaminhada pela empresa negando a informação. Na nota, a empresa destaca que sua "postura ética não comporta a participação em campanhas políticas".
A Itaipu Binacional também se colocou "à disposição da imprensa para quaisquer esclarecimentos". De acordo com a nota, a declaração da ex-assessora financeira do PT "é mentirosa, feita sob encomenda para tentar atingir a imagem da empresa e de seus diretores".
Soraia voltou a dizer que o ex-ministro chefe da Casa Civil da Presidência da República, à época presidente do PT, José Dirceu, levou para a campanha de Londrina R$ 300 mil. Conforme o relato de Soraia, Dirceu foi recebido com grande festa na cidade durante a campanha.
Para a ocasião, teriam sido alugados 12 carros, custeados pela empresa Gtech, antiga responsável pela administração das loterias da Caixa Econômica Federal. Dirceu qualificou as denúncias de "mentiras deslavadas" quando elas foram feitas pela primeira vez e questionou o fato de a acusação ser feita sem a apresentação de nenhuma prova.
Soraia também voltou a fazer acusações ao atual ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Paulo Bernardo. Ela disse que na campanha em Londrina, Bernardo "obtinha recursos do empresário Marcos Valério para os gastos eleitorais". Na ocasião em que as denúncias foram feitas pela primeira vez, Bernardo também negou ter enviado dinheiro para a campanha de Micheleti e disse que tomaria medidas judiciais contra a autora das declarações.