O prefeito de São Paulo, José Serra, fez um discurso de candidato após o seminário do PSDB sobre crescimento econômico. Criticando o PT e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ele afirmou que falta "conhecimento e credibilidade" para o governo. Segundo ele, o custo desses pela falta de credibilidade e que custo desses problemas se reverte em desenvolvimento.
"Lula sempre disse que os juros eram altos por causa dos bancos. E ele jogou os juros para o alto quando chegou lá. O governo Lula pegou a melhor conjuntura internacional da história. Céu de brigadeiro em comparação às crises internacionais do governo passado. E o país está na lanterninha do crescimento. Esse é o preço que se paga por uma administração que não tem conhecimento nem credibilidade", afirmou.
Serra, que nas últimas semanas fazia críticas moderadas ao governo, elevou o tom dessa vez. "Esse governo só está fazendo o pior. É preciso dar um choque de gestão e colocar o Brasil em um ciclo virtuoso", afirmou ele.
"É preciso não apenas controlar o gasto público. É preciso ter conhecimento e credibilidade para melhorar a qualidade desse gasto. É a falta de conhecimento e credibilidade que sempre trouxe custos para o Brasil", disse ele.
O prefeito também não se furtou a comentar a medida do governo que visa isentar o investidor estrangeiro que aplicar recursos em títulos da dívida pública. Para Serra, isso estabelece uma discriminação entre o investidor nacional e o estrangeiro. "O dinheiro pode sair do país e voltar como estrangeiro. Isso é perigoso", afirmou.
Serra, no entanto, não respondeu se ainda era pré-candidato do PSDB à presidência, um boato político espalhado pela internet.
O novo líder do PSDB na Câmara, o deputado Jutahy Magalhães, que apóia declaradamente a candidatura de Serra, afirmou que o prefeito somente sairá candidato se houver um "chamamento" do partido.
"Não tem hipótese do Serra ser candidato de si mesmo. Mas o partido tem que falar: ‘você é o candidato’", disse o deputado. E rebateu os rumores sobre a desistência de Serra: "eu tenho absoluta convicção que se o partido chamar, ele não vai fugir dessa responsabilidade".
Jutahy também desmentiu a idéia de que o governador Geraldo Alckmin vá abandonar seu cargo mesmo no caso de não ser escolhido. "Ele nunca disse isso. Ele ainda tem nove meses de mandato. Se ele não for candidato, ele não sai do governo. Ele tem todo um projeto político aqui no Estado", afirmou.