Programa do Incra levará jovens de assentamentos à universidade

Brasília – Cerca de 120 jovens pernambucanos terão a oportunidade de ingressar no ensino superior. Eles fazem parte das novas turmas do Programa Nacional da Educação na Reforma Agrária (Pronera), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Vindos de 15 assentamentos da reforma agrária do médio São Francisco, esses jovens poderão fazer os cursos de até três anos de duração.

Um dos jovens beneficiados é a estudante Simone Marques. Ela mora no assentamento José Ramos, em Petrolina, e cursa Pedagogia da Terra. "É uma oportunidade muito boa porque agente não acreditava que isso poderia virar realidade. Um filho de assentado ter direito a uma faculdade", disse.

Moracy Agrincio, superintendente do Incra em Petrolina, disse que a idéia central da ação é ampliar e fortalecer a rede de instituições universitárias envolvidas com a produção de conhecimento na reforma agrária. "É um avanço muito grande, muito significativo, porque vai dar conhecimento além das questões rurais para esses cidadãos serem multiplicadores da educação e do estímulo para buscarem formação", disse.

Os cursos são divididos em dois módulos: um em que o aluno fica em sala de aula, chamado de Tempo Escola, e outro em que ele aplica seus conhecimentos em sua comunidade, denominado Tempo Comunidade. Durante o curso os estudantes têm aulas com conteúdos específicos sobre questões voltadas ao campo e a agricultura.

Hoje, universidades de 15 estados já oferecem cursos para assentados em regimes especiais – durante as férias, por exemplo. Além de Pedagogia da Terra e do curso normal superior, também são oferecidos aos moradores do campo cursos especiais como Agronomia para a Agricultura Familiar e Direito para as Áreas de Reforma Agrária.

Segundo o Incra, 300 jovens da região do médio São Francisco já estudam através do programa. Desde 2003, 44 mil estudantes foram atendidos pelo Pronera. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), apenas 0,1% dos moradores do campo tem acesso às universidades.

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