O Corpo de Bombeiros realizou cerca de 600 atendimentos durante o show dos Rolling Stones, realizado ontem à noite na praia de Copacabana, na zona sul do Rio. O coronel Marcos Silva, subcomandante-geral dos Bombeiros, disse que 90% dos casos era de "coma alcoólico".
"Foi um inferno. Com "i" maiúsculo. Ninguém sabe o que é ter de fazer um atendimento e não conseguir passar pelo meio da multidão", disse Silva se referindo ao público de 1,3 milhão de pessoas que assistiu ao show na praia de Copacabana.
Segundo ele, os bombeiros passaram a noite toda "carregando gente desmaiada" em macas. "O pessoal está arrebentado. Nunca carreguei tanta maca nas costas." O levantamento dos bombeiros inclui ainda 28 afogamentos, um parto, um atropelamento e três pessoas esfaqueadas. A Polícia Militar, por sua vez, registrou apenas um caso de esfaqueamento.
Os bombeiros também tiveram de resgatar quatro pessoas que estavam numa embarcação do tipo catamarã – batizado de Kamarada -, que virou durante a apresentação do grupo. Segundo o coronel Silva, o casco do barco estava em mau estado e nenhum dos tripulantes usava colete. Os quatro foram resgatados por uma lancha dos bombeiros.
PM – A Polícia Militar, por sua vez, registrou apenas 200 ocorrências durante o show dos Rolling Stones. Segundo a PM, nenhum dos casos foi considerado grave. As ocorrências de menor gravidade foram registradas no próprio local, que contava com um juizado especial (Jecrim). Não foi divulgado o perfil das ocorrências.
Até a meia-noite, a Polícia Civil havia feito 50 ocorrências, sendo 33 por furto e seis por uso ou porte de drogas. Não foi informado se houve prisões ou detenções. Pouco antes do início do show, houve um pequeno tumulto próximo ao alambrado que separava o público da área VIP. Algumas pessoas tentaram forçar a grade, o que levou a PM e seguranças a agir. A confusão foi rápida e não deixou feridos.
TRÁFEGO – A promotora de Meio Ambiente do Ministério Público Estadual, Denise Tarim, vai pedir um relatório de esclarecimento a todos os órgãos públicos envolvidos na realização do show. Ela reprovou a atuação da CET-Rio e afirmou que "Copacabana ficou um caos".
Segundo a promotora, não houve cumprimento das normas acordadas. "Não havia linhas expressas para salvamento". Ela afirmou que ambulâncias, por exemplo, ficaram presas no trânsito pesado da região. Ela ainda criticou a livre atuação dos vendedores ambulantes, o que estava proibido na avenida Atlântica. Afirmou ainda que vai acionar a Capitania dos Portos porque havia mais embarcações do que acertado anteriormente, o que dificultava a fiscalização.