O governo vai reduzir de 25% para 20% a mistura de álcool na gasolina até a próxima quinta-feira. A decisão de reduzir a quantidade de álcool misturada à gasolina foi tomada após o fracasso do acordo fechado entre o governo e os usineiros para que o preço do álcool anidro não ultrapassasse R$ 1,05 nas usinas (preço sem impostos).
Os técnicos dos ministérios que fazem parte do Cima (Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool) preparam a resolução que será assinada pelo ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
A medida vai reduzir em 100 milhões de litros por mês a demanda de álcool no mercado nacional. Com a medida, entretanto, a demanda por gasolina vai subir nessa mesma quantidade.
O consumo atual de álcool anidro (que é misturado à gasolina) é de 500 milhões de litros por mês, que são misturados a 1,5 bilhão de litros de gasolina.
A resolução, que deverá ser publicada até quinta, passará a valer imediatamente, e não terá data para deixar de vigorar. Desta forma, no início da safra, quando a oferta do produto começar a subir, o assunto deverá ser novamente discutido no governo, que irá avaliar o mercado antes de restabelecer a mistura de 25%.
Paralelamente à redução da mistura, o governo também irá reduzir a zero a alíquota do imposto de importação sobre o álcool.
O governo espera com as duas medidas que o acordo fechado com os usineiros seja cumprido, e o preço do produto não ultrapasse R$ 1,05.
Na semana passada, pesquisa divulgada pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) mostrou que o litro passou de R$ 1,0462 para R$ 1,0727 (sem impostos) no Estado de São Paulo, valor acima do teto fixado pelo governo.
O descumprimento do acordo pesou no bolso do consumidor. O preço subiu na semana passada pela quarta semana seguida e atingiu uma média de R$ 1,761 no país, segundo a ANP (Agência Nacional de Petróleo).
O valor médio do litro do álcool hidratado cobrado nos postos brasileiros subiu de R$ 1,743 na semana retrasada para R$ 1,761 na semana passada, uma alta de 1,03%. Entre os dias 22 de janeiro e 18 de fevereiro, houve avanço de 1,55%.