O diretor-geral de Polícia Civil, Robervaldo Davino, e o diretor regional Metropolitano, Alcides Andrade, confirmaram que um deputado estadual e dois policiais civis estão sendo investigados pelo assassinato do líder comunitário Edivaldo Guilherme da Silva, 47, o Baré Cola.
Os nomes – do deputado estadual Marcos Barbosa e dos policiais civis que trabalhavam na Delegacia de Repressão às Drogas, Everaldo e Gilvan – foram divulgados nesta tarde, depois que a advogada Mary Any Viera, revelou que recebeu essas indicações de ligações anônimas. “As pessoas falaram que achavam injusto uma pessoa ser indiciada no processo porque sabiam quem cometeu o crime”, disse.
Mary Any defende o sargento Medeiros e o assessor parlamentar Luiz Henrique, que estão foragidos. “Estão fora do Estado, esperando algumas questões serem resolvidas, para se apresentarem”, afirmou. Uma das questões é sobre a prisão do sargento, que a advogada pede para que seja no quartel da Polícia Militar.
Sobre as ligações anônimas, a advogada ainda disse que as recebeu há cerca de duas semanas e ainda há um terceiro envolvido no crime, mas o anônimo não revelou o outro participante do assassinato, que teria ocorrido por “motivo eleitoral”. “Uma testemunha disse que Baré Cola estava no território fazendo campanha eleitoral e que ele trabalharia para outro deputado”, tentou explicar.
Investigações
Para Robervaldo Davino e o delegado Alcides Andrade, as informações da advogada não trouxeram novidades. “A polícia já sabia desses nomes, que foram colocados como prováveis suspeitos”, disse Andrade.
As investigações estão sendo realizadas pelo delegado Arnaldo Soares Carvalho que, se for necessário, poderá encaminhar um ofício para a Assembléia Legislativa, para pedir ao deputado Marcos Barbosa que marque data e local para o depoimento.
Sobre os outros policiais, Davino garantiu que há uma semana eles foram transferidos para o departamento da Secretaria de Justiça e Defesa Social, para que tivessem acompanhamento de perto pela polícia.
Caso eles sejam condenados, a pena por homicídio é de 6 a 20 anos e de 12 a 30 anos se houver qualificação. Em relação aos policiais, eles ainda podem ser demitidos.
A equipe do Alagoas 24 Horas tentou entrar em contato com o deputado Marcos Barbosa, mas ele não atendeu às ligações.
Antes da advogada, a viúva de Baré Cola, Ana Adélia Rocha da Silva conversou com Alcides Andrade para saber como estavam as investigações, mas não acrescentou nenhuma novidade ao caso.
Crime
O crime aconteceu no dia 14 de janeiro, no Campo do Julho, no Conjunto Joaquim Leão. De acordo com a Polícia Civil, três homens dispararam mais de vinte tiros em Baré Cola e depois fugiram em um Pálio branco. Conforme amigos e familiares, ele era um homem calmo e não havia motivos para o crime.
Baré Cola era funcionário da Assembléia Legislativa, dono de uma rádio comunitária e cabo eleitoral.
Já o militar sargento Medeiros, é acusado de participar de mais de 30 crimes em Alagoas e um deles em Pernambuco. Juntamente com um assessor parlamentar identificado como Henrique, ele é suspeito de integrar uma quadrilha responsável por assassinatos de encomenda, assaltos a bancos, roubo de carros e seqüestros.
Sobre a participação dele no caso Baré Cola, a advogada Mary Any disse que ele é inocente.