Mais de 25 mil casos de dengue foram registrados no Brasil nos dois primeiros meses do ano. O número divulgado pelo Ministério da Saúde é inferior ao verificado em igual período de 2005, quando houve cerca de 33 mil notificações. Na comparação, falta incluir os dados da última semana de fevereiro. De acordo com o ministério a situação está sob controle em todo o país, apresentando apenas algumas situações críticas, como no município do Rio de Janeiro e na região metropolitana de Goiânia.
O Rio é o município com maior incidência da doença em todo o país, com 2.377 casos registrados desde o início do ano e três mortes confirmadas pela Fundação Osvaldo Cruz desde dezembro de 2005. A última delas ocorreu na segunda-feira (27). Em Goiânia, foram 1.438 casos neste ano e outros 1.108 notificados no município vizinho de Aparecida de Goiânia.
Para o secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Jarbas Barbosa, os problemas de transmissão de dengue estão concentrados em alguns estados: além do Rio de Janeiro e de Goiás, ele mencionou também Rondônia e Mato Grosso. E atribuiu o aumento na transmissão da doença à falta de ação das prefeituras e à desestruturação dos programas preventivos permanentes mantidos pelo Ministério. "Onde a prevenção foi feita adequadamente não há problemas. O ministério oferece assessoria técnica, coordena, supervisiona, mas as prefeituras municipais têm que manter os programa funcionado todos os dias do ano", afirmou.
Barbosa explicou que o período de maior risco vai de janeiro a maio e que o combate é feito no ano todo. Em pesquisa realizada no início de novembro, informou, o ministério da Saúde já havia detectado índices preocupantes de infestação pelo mosquito, especialmente no Rio de Janeiro. "A secretaria municipal e a estadual trabalham em conjunto, e o ministério apóia com ações de propaganda, para que a gente consiga debelar essa situação", acrescentou.
No Rio de Janeiro, a maior incidência de casos é na zona Oeste, onde moram cerca de 680 mil pessoas. Segundo a superintendente de Vigilância em Saúde do município, Meri Baran, as ações de combate vêm reduzindo o número de casos nas últimas semanas. Ela citou entre essas ações as visitas às casas para eliminação dos focos de mosquitos, aplicação de larvicidas, distribuição de folhetos explicativos e orientação da população.
Cerca de 100 agentes da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) e 800 bombeiros trabalham na prevenção. O governo federal cede viaturas, máquinas e inseticida para aplicação nas áreas mais críticas, além do material informativo.