Mais de quatro horas de caminhada da Cidade de Lona, no conjunto Eustáquio Gomes, até a praça Floriano Peixoto, no Centro de Maceió não desanimaram os cerca de 500 moradores da favela que resolveram se instalar na praça, por tempo indeterminado, até que o governo resolva o problema de moradia que vem se arrastando há vários anos.
A pé ou de carroça, os moradores chegaram à praça, sem nenhum conforto, preparados para ficar. Pelos menos quatro botijões de gás e mantimentos para um mês, são resultado da cooperação de todos, para que a manifestação possa durar o necessário. Na bagagem, mudas de roupa, alguns trocados e esperanças de conseguir sensibilizar o governo a construir casas para as mais de 200 famílias residentes no local.
Morador da favela desde a sua construção, Everaldo Silva dos Santos, 28, não agüenta mais a espera por um local melhor para morar. “Já faz um tempão que estamos aguardando uma resposta definitiva. Sei que não é tão fácil conseguir casas para tanta gente, mas não dá mais para viver naquele lugar que é ruim quando chove e quando faz sol forte. Nossos filhos vivem doentes e nós só permanecemos por que não temos para onde ir”, desabafa.
Cinco representantes dos moradores da Cidade de Lona estão reunidos, neste momento, com representantes do governo para discutir as melhores formas de resolver o problema dos moradores mais antigos da favela.
“Esperamos que tudo se resolva, mas se o governo não puder resolver de imediato, teremos que ficar aqui por muito tempo. O que não vamos, é ser enganados outra vez”, afirma Geraldo Nascimento filho, 35, morador da favela há seis anos.