O deputado estadual Marcos Barbosa foi, nesta tarde, à tribuna da Assembléia Legislativa para negar a participação no assassinato do líder comunitário Edivaldo Guilherme da Silva, o Baré Cola. Depois de ler o discurso, o deputado criticou a ação da advogada que fez um “trabalho de araque para a polícia”.
Na última quinta-feira, a advogada Mary Any Vieira foi à Secretaria de Justiça e Defesa Social para revelar os nomes dos possíveis mandantes do crime, que a advogada conseguiu por ligações anônimas.
“Não busco questionar os atos dos advogados, mas é inadmissível uma ação dessas. A intimidade e a honra de um cidadão são invioláveis”, disse Marcos Barbosa, que questionou a falta de provas de Mary Any para divulgar sua possível participação no crime.
A revolta do deputado também foi apoiada pelos outros participantes da sessão, que mostraram solidariedade a Marcos Barbosa. “Não é a primeira vez que querem usar de figura conhecida ou personalidade política para servir de trampolim, armar um circo e fazer uma ‘palhaçada’ como esta”, enfatizou o deputado Isnaldo Bulhões.
O presidente da casa, Celso Luiz, também apoiou o deputado e disse que Baré Cola era considerado um funcionário da Assembléia Legislativa. “Conversei várias vezes com Baré Cola e nenhum momento ele criticou o deputado Marcos Barbosa”, afirmou.
Marcos Barbosa entrou com uma representação contra a advogada na Ordem dos Advogados do Brasil, seccional Alagoas, e marcou para esta tarde a presença no Tribunal de Justiça, onde entrará com uma interpelação.
A advogada Mary Any Vieira foi procurada pela equipe do Alagoas 24 Horas, mas estava com o celular desligado.
Investigações
Para Robervaldo Davino e o delegado Alcides Andrade, que receberam a advogada Mary Any, os nomes citados por ela não trouxeram novidades. “A polícia já sabia desses nomes, que foram colocados como prováveis suspeitos”, disse Andrade, referindo-se ao deputado estadual Marcos Barbosa e aos policiais civis que trabalhavam na Delegacia de Repressão às Drogas, Everaldo e Gilvan.
Sobre os outros policiais, Davino garantiu que há uma semana eles foram transferidos para o departamento da Secretaria de Justiça e Defesa Social, para que tivessem acompanhamento de perto pela polícia.
Caso eles sejam condenados, a pena por homicídio é de 6 a 20 anos e de 12 a 30 anos se houver qualificação. Em relação aos policiais, eles ainda podem ser demitidos.
Crime
O crime aconteceu no dia 14 de janeiro, no Campo do Julho, no Conjunto Joaquim Leão. De acordo com a Polícia Civil, três homens dispararam mais de vinte tiros em Baré Cola e depois fugiram em um Pálio branco. Conforme amigos e familiares, ele era um homem calmo, que trabalhava como cabo eleitoral e era proprietário de uma rádio comunitária.