As dez pessoas que estavam na embarcação que voltava de um passeio pela Lagoa Mundaú foram salvas graças à força de Paulo Menezes, 34 anos. Paulo nadou mais de 2h no intuito de pedir ajuda para salvar sua família que permaneceu agarrada ao barco virado nas proximidades de Coqueiro Seco.
O ex-pescador, e atualmente funcionário de um ferro velho, Paulo Menezes de Lima, ainda muito abalado contou que por causa de uma falha no motor – provocada pela entrada de água – fez com que as crianças se desesperassem e se deslocassem para o mesmo lado do barco, provocando a virada da embarcação.
“Quando eu vi as crianças maiores conseguiram subir e os dois menores estavam embaixo do barco. Mergulhei e consegui pegá-los. Deixei eles segurando no barco virado e resolvi nadar até a margem para tentar pedir socorro”, disse Paulo.
Paulo contou ainda que durante as duas horas em que nadou parou apenas duas vezes em algumas estacas colocadas na Lagoa por pescadores como forma de guia. “Só Deus sabe como consegui chegar na margem da Lagoa. Engoli muita água, mas sabia que minha família precisava de ajuda. Estava anoitecendo e sabia que resgate ia ficar mais difícil”, comentou.
Depois de nadar por duas horas, Paulo conseguiu chegar às margens da Lagoa, nas imediações do Dique Estrada, onde as equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas. Equipes de Resgates e do grupamento aquático participaram da operação.
Everton (12), Andriel (9), Emili (5), Evelin (10), Paulo Henrique (2) e Álvaro (1 ano e 9 meses) foram salvos de imediato por um pescador vizinho da família, José Cícero Tenório, e passam bem. Arlene Maria da Silva, sua irmã Eliane Maria da Silva e Luiz Carlos de Souza Gonçalves foram resgatados pelas equipes do Grupo de Salvamento Aquático (GSA) do Corpo de Bombeiros.
Reencontro
Muito emocionado, Paulo abraçou um dos filhos quando o encontrou após retornar da equipe de salvamento aquático. O filho mais velho tentava acalmar o pai, que sempre perguntava pelo filho mais novo (de um ano e nove meses).
“A minha preocupação maior era com os dois menores porque eles ficaram embaixo do barco. Tive medo que eles morressem, mas vendo eles aqui me dá um alívio”, completou o ex-pescador.
Paulo e sua família moram em uma casa simples no bairro de Bebedouro e disse que este tipo de passeio é comum na família. “A gente saiu de barco umas nove horas da manhã e foi para a Prainha, próximo a ponte Divaldo Suruagy. A gente é acostumado a fazer este passeio e nunca aconteceu nada. Mas graças à Deus minha família está toda bem”, ressaltou.