Aposentados e trabalhadores dormem na fila para garantir atendimento no INSS

A fila do Instituto Nacional de Seguro Social começa cedo em Maceió. No posto Ary Pitombo, que fica no Centro, aposentados e pessoas impossibilitadas de trabalhar chegam por volta das 18h e passam a noite em frente ao posto.

Frio, fome e a presença de maloqueiros são alguns dos empecilhos enfrentados pelos que esperaram a abertura do posto, o que acontece às 7h. “Isso é todo dia que eu tenho plantão. E de manhã ainda tem um que tenta furar a fila”, diz o segurança da agência.

Entre os primeiros da fila, está a faxineira Marlene Alves, 41, que chegou às 19h30. “Ontem eu cheguei às 18h, mas não fui atendida porque não tinha ninguém da assistência. Tenho dor na coluna, um atestado do Portugal Ramalho e três filhos para criar, por isso preciso dos 300 reais”, explica.

O superintendente do INSS em Alagoas, Ronaldo Medeiros, diz que a cultura de passar a noite no posto para garantir atendimento faz com que as pessoas ainda passem por essas privações. “O atendimento também está sendo feito à tarde. É feito um cadastro e, logo em seguida, a perícia. Não há necessidade dessas filas”, afirmou.

Ronaldo Medeiros ainda disse que o posto Ary Pitombo possui 11 peritos e o horário de atendimento é até as 17h. “Em nenhum posto de Maceió é necessário ter essas filas”, finalizou.

Em janeiro deste ano, o horário dos postos do instituto foi ampliado em todo o país, passando a ser de dez horas. Mesmo assim, no Centro de Maceió, a fila ainda serve de “ganha pão” para quem vive nas ruas. “Tem gente que compra lugar na fila, por dez, 15 reais. Mas quando eu vejo um idoso ou alguém com muitos problemas eu deixo passar na minha frente”, relata o aposentado José Ferreira, 66.

José Ferreira chegou na fila por volta das 19h30 e estava guardando lugar para um tio, que viria pela manhã. Quando perguntado sobre a possibilidade de vir no horário da tarde, o aposentado disse que o tio “só tem tempo pela manhã”.

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