O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou hoje não ver motivos para que o ministro Antonio Palocci (Fazenda) volte a depor à CPI dos Bingos por conta das denúncias de que teria freqüentado a casa alugada pelos ex-assessores da Prefeitura de Ribeirão Preto.
"O ministro Palocci já prestou muitos serviços à estabilidade econômica e tem muitos serviços a prestar ainda", afirmou. "Ele sempre se colocou à disposição para se for o caso vir aqui. Acho que por enquanto não há nenhuma necessidade para que isso aconteça", acrescentou.
No depoimento prestado à CPI, Palocci negou ter freqüentado a casa alugada por Rogério Buratti, Vladimir Poleto e Ralf Barquete para promover negócios suspeitos e investigados pela comissão.
Depois, o motorista que servia a casa, Francisco das Chagas Costa, o caseiro Francenildo dos Santos Costa e o corretor de imóveis que intermediou o contrato de locação, Carlos Magalhães, disseram ter visto Palocci na mansão alugada no Lago Sul, bairro nobre de Brasília.
Nesta terça-feira, o presidente da CPI, senador Efraim Morais (PFL-PB), expôs opinião contrária à de Renan Calheiros. Diante das contradições ao depoimento de Palocci, ele defendeu que o ministro se explique espontaneamente à comissão. "Ele [Palocci] tem que aproveitar a boa vontade da CPI e vir à comissão para esclarecer os fatos", afirmou.
Caixa
Calheiros defendeu ainda que a Caixa Econômica Federal conclua celeremente a investigação para identificar os responsáveis pela quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa.
A instituição informou que o resultado das apurações sai em 15 dias. "Eu acho que ninguém no Brasil, do caseiro ao presidente da República, pode ter a sua vida devassada à revelia da Justiça", afirmou.
"Isso é algo repugnante e por isso somos tentados a achar 15 dias um prazo longo. Claro que se isso fosse resolvido em dois dias seria melhor, mas nós temos de investigar, esclarecer, responsabilizar e punir exemplarmente para que isso não volte a acontecer", acrescentou.