O senador Cristóvão Buarque do PDT, um dos principais nomes para a candidatura própria do partido, declarou – ao receber a comenda Zumbi dos Palmares, em Alagoas – que “há uma necessidade gritante de uma opção para a presidência da República que não fosse o PSDB, ou o PT” e que por esta razão era a favor da candidatura própria do PDT, na qual figuram o seu nome, de Jéferson Peres e do governador de Alagoas, Ronaldo Lessa.
Ao declarar que “PSDB e PT são a mesma coisa. Os dois juntos representam a mesma proposta política”, o senador se colocou em uma "sinuca de bico", já que PDT e PSDB estão coligados, pelo menos em Alagoas, em torno da candidatura ao governo de Teotônio Vilela. Logo, Buarque corrigiu: “Mas vale ressaltar que no Brasil não há unidade partidária e que em cada estado do país há um PSDB e um PT diferente. Em Alagoas, há um PSDB bom”, sentenciou.
De acordo com Buarque, tanto faz os planos do PT ou do PSDB para o país. “Todos eles caducaram e defendem uma política econômica que não traz o principal, que é a igualdade social”. O senador colocou que esta é a principal bandeira do partido. “Vamos provar isto que estamos colocando para a população. Além disto, o PDT construiu um projeto para o desenvolvimento no Brasil apoiado na redução das desigualdades, com políticas sociais direcionadas, principalmente na área da Educação”.
Buarque foi ministro da Educação no início do governo petista, mas diz que o PT errou muito na forma como conduziu as políticas sociais. “O PT errou porque investiu pouco na Educação Básica. Quando eu era ministro levantei esta bandeira, mas o Lula me ligou pedindo o cargo, por questões políticas. E quem assumiu não deu continuidade. O PT só se preocupa com o Ensino Superior, mas é na base que está o desenvolvimento deste país”, declarou.
Quanto a candidatura a Presidência da República, Cristóvão Buarque é cauteloso e diz que não está fazendo campanha. “O partido vai decidir em função das discussões internas. Estamos analisando a conjuntura e temos a proposta de lançar candidatura própria, porque é preciso criar uma opção que não seja nenhuma destas duas que aí estão. Estamos construindo alternativas e possibilidades. Vamos dobrar nossa bancada federal e atingiremos com folga os 5% do coeficiente federal”.
Buarque e os demais membros do PDT buscam partidos “de afinidade ideológica”, como coloca o senador. A definição sobre a candidatura própria, ou não, deve sair no final de abril. “O que é importante agora é definir que somos oposição ao PT e estamos buscando este vazio deixado entre o PSDB e o PDT. A partir deste espaço vamos lutar para reduzir desigualdades, recuperar a credibilidade da classe política e trabalhar por investimentos em Educação Básica, uma das nossas principais bandeiras”.
