Uma equipe de Policiais Ambientais levou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, Ibama, 34 aves apreendidas, nesta tarde, em uma fazenda do município de Maragogi. A apreensão de aves é cada vez maior no Estado, que tem a menor área de mata do país.
As aves apreendidas são do Estado de Alagoas e não estão ameaçadas de extinção, mas pertencem a áreas de Mata Atlântica e do Sertão. “Como as áreas de mata estão diminuindo, as aves estão vindo para regiões habitadas e são facilmente encontradas em feiras do interior, como em Santana do Ipanema, Mar Vermelho e Palmeira dos Índios, onde foram encontrados os últimos animais apreendidos”, explicou o analista ambiental do Ibama, Júlio César.
Os pássaros são das espécies sábia laranjeira, sábia branco, caboclinho, papa-capim, patativa, pintasilgo, guriatã verdadeira, periquito tuim e rolinha de fogopagou. Todas passaram por exames médicos e ficarão em observação no instituto por até duas semanas, quando devem ser devolvidos à natureza.
O Ibama alerta que a compra de animais vivos da fauna silvestre brasileira é permitida quando for feita em estabelecimentos credenciadas pelo órgão, que entregam cerficado de origem ou nota fiscal. Para denunciar comercializações irregulares, podem ser utilizados os números 0800-618080 ou 2122-8300.
Este ano, os ambientalistas receberam cerca de mil aves, aproximadamente 600 nas duas últimas semanas, quando foram feitas apreensões em feiras do interior. “Temos o apoio de homens do Batalhão da Polícia Ambiental, do Departamento de Repressão a Crimes Ambientais, da Polícia Federal e do Corpo de Bombeiros”, afirmou Júlio César.
Levantamento
Atualmente, o Estado de Alagoas tem a menor área de mata do país, equivalente a 2% do território, quando a média nacional chega a 6%. Esse percentual motivou um levantamento que será iniciado este ano, com funcionários do Ibama e pesquisadores da Universidade Federal de Alagoas e da Universidade Rural de Pernambuco.
“Faremos um levantamento das áreas para possíveis solturas de animais. Primeiro será feito um levantamento preliminar, por satélite, e em seguida o trabalho de campo”, explicou o analista ambiental.
O início dos trabalhos será feito em maio, com uma oficina pedagógica para os participantes do projeto. A previsão é que o trabalho por satélite dure cerca de dois meses e ajude a preservar e proteger as áreas de mata do Estado. Já o trabalho de campo deverá durar cerca de dez anos, com o detalhamento de todas as espécies da biodiversidade alagoana.