O governo de Alagoas, por meio da Superintendência de Fomento à Atividade Cinematográfica e Audiovisual, irá apoiar mais uma produção nacional que terá Alagoas como cenário. Desta vez será a realização de um documentário sobre a vida do ator Paulo Gracindo. O assunto foi tema de reunião nesta quinta-feira, entre o filho do ator e também ator, Gracindo Júnior, e o secretário coordenador de Desenvolvimento Econômico, Arnóbio Cavalcanti.
O filme será rodado ainda este semestre, em Maceió. Além disso, serão produzidos um livro e uma exposição sobre Paulo Gracindo. O documentário, que será chamado Paulo Bem Amado Gracindo, contará com depoimentos de figuras importantes da cultura brasileira e também de pessoas ligadas ao ator em Alagoas.
Segundo o diretor e roteirista Gracindo Júnior, o filme faz parte de um grande projeto sobre a vida e obra do famoso prefeito Odorico Paraguaçu, da cidade de Sucupira, da série global “O Bem Amado”. “Neste primeiro momento será rodado o filme, mas o projeto conta ainda com a produção de um livro e de uma exposição com fotos sobre ator”, comentou Gracindo Júnior, informando que o lançamento está previsto para 2007, e que a produção também será exibida em TV aberta e a cabo.
“Alagoas tem vivido um outro momento. Sempre tenho vindo a este Estado para fazer apresentação teatral. Nos últimos cinco anos tenho percebido o orgulho do povo de ser alagoano. Isso mostra que sua auto-estima melhorou muito. A idéia do documentário foi apresentada ao governo de Alagoas e muito bem recebida, porque o Estado tem se preocupado em resgatar a sua cultura e de valorizar as figuras importantes para o país”.
O diretor acrescenta que apesar de Paulo Gracindo ter nascido no Rio de Janeiro, por uma questão de saúde – sua mãe teve que ir ao Rio de Janeiro em busca de melhores condições de atendimento durante o parto – toda sua família é alagoana. “Ele morou aqui até os 18 anos e foi uma época muito importante para o meu pai”, relatou.
Biografia
Nascido em 16 de julho de 1911, no Rio de Janeiro, Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo foi trazido ainda bebê para Alagoas, onde o pai, era um político influente na cidade, chegando a ser prefeito de Maceió. Após a morte de seu pai, em 1928, ele foi para Recife fazer o curso preparatório para a Faculdade de Direito. Logo depois, é convocado pelo Exército. Entrou para o Serviço Militar quando estoura a Revolução de 30. Enviado para o Rio de Janeiro com seu pelotão, ele decide tentar a sorte ingressando no elenco amador do Teatro Ginástico Português. Quando está participando de montagens profissionais no teatro carioca muda o seu nome para Paulo Gracindo.
No rádio interpreta pela primeira vez o quadro do "Primo Rico, Primo Pobre" ao lado de Brandão Filho. Com o fim da Era do Rádio ingressa na televisão interpretando tipos inesquecíveis, como Odorico Paraguaçu, na novela "O Bem Amado". Ele também participou de novelas de sucesso, como o Casarão e Roque Santeiro. Em Maceió, ele morou na casa onde hoje funciona o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, no Centro. Paulo Gracindo morreu em 4 de setembro de 1995, aos 84 anos.
“A idéia do filme é trilhar os caminhos percorridos por ele e também contar a história do rádio e da televisão do século XX. O documentário contará ainda com depoimentos de pessoas que conviveram com o ator, a exemplo de artistas como Grande Otelo, Dina Sfat, Elis Regina, Roberto Carlos, Lima Duarte, Chico Anísio, Daniel Filho, entre outros”, completou o diretor.
Em Alagoas, com o apoio do governo do Estado, foram rodados os filmes Ilha dos Escravos (Francisco Manso); Muito gelo e dois dedos d’água (Daniel Filho); Mulheres do Brasil (Malu de Martino) e Espelho d’Água (Marcus Vinicius Cezar). “A idéia apresentada por Gracindo Júnior está dentro do projeto do governo de recuperar a identidade deste Estado no cenário nacional”, ressaltou o secretário coordenador de Desenvolvimento Econômico, Arnóbio Cavalcanti.