Funcred fortalece a criação de tilápia em Traipu

O projeto de Produção e Comercialização de Produtos Sociais desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Nordeste (IPDN), com financiamento do Fundo de Microcrédito do Governo do Estado (Funcred), está promovendo a retomada e ampliação da capacidade de produção de tilápia na Comunidade dos Patos, um povoado da zona rural de Traipu, distante 16 km da cidade e habitado por famílias em situação de risco social.

De acordo com o convênio firmado entre o Funcred e o IPDN, oito famílias cadastradas no programa Peti Gera Renda, do governo federal, que desenvolvem a piscicultura por meio da criação de tilápia, estão sendo beneficiadas com investimentos que visam fortalecer a atividade econômica, aumentando a capacidade de produção e melhorando a renda familiar. O projeto já existia na comunidade, mas estava parado há oito meses, por diversos fatores que dificultavam a sua continuidade.

Atualmente, as famílias, envolvendo 16 pessoas, já trabalham com sete tanques-rede, conhecidos como “gaiolas”, onde são criados os alevinos. No início, apenas as mulheres dessas famílias participavam da atividade. Com a ampliação, os homens também serão inseridos.

Segundo a coordenadora do projeto, Luciana Bandeira, em 100 dias os peixes atingem a fase adulta, quando estão prontos para a comercialização. Cada família fatura o equivalente a R$ 170,00 por mês, no final de cada ciclo de 100 dias.

Com os recursos do governo do Estado, repassados pelo Funcred, as famílias passarão a contar com 20 tanques-rede, com previsão de faturamento em torno de R$ 250,00 por mês, considerando que o número maior de tanques vai possibilitar mais espaço para distribuição dos peixes de acordo com as fases de crescimento, possibilitando que a cada 30 dias já existam tilápias prontas para a comercialização.

Segundo Luciana Bandeira, a ampliação da atividade é viável porque já existe um mercado garantido para a comercialização. Toda produção é vendida em Arapiraca, município considerado o segundo maior consumidor de tilápia do Nordeste.

Exclusão

Segundo a secretária gestora do Funcred, Genilda Leão, todas as famílias beneficiadas com o projeto vivem basicamente de programas sociais como o Peti Gera Renda e o Bolsa-Família. Na Comunidade dos Patos, onde cada família tem em média 9 filhos (somente uma tem 23), não existe saneamento. Nenhuma casa possui banheiro nem água encanada, apesar de situar-se às margens do rio São Francisco. O povoado dispõe de uma escola, mas não conta com posto de saúde. Apenas um agente comunitário visita as famílias uma vez por mês.

A secretária Genilda Leão visitou a comunidade esta semana, juntamente com técnicos do Funcred, além de representantes do IPDN e da Prefeitura de Traipu. Na oportunidade, as pessoas beneficiadas agradeceram o apoio do governo do Estado. Emocionadas, disseram que já estavam perdendo a esperança de ter a retomada do projeto.

Na avaliação da secretária, o crescimento e fortalecimento da atividade são dificultados pelo baixo poder financeiro dessas famílias e pelas dificuldades de acesso às linhas de crédito disponibilizadas pelas instituições financeiras tradicionais. “O governo tem buscado uma maneira de agir de forma diferenciada com este público. “Mais uma vez o Funcred cumpre com a função para a qual ele foi criado. Ou seja, estamos ajudando a tirar essas famílias do quadro de exclusão social em que se encontram”, afirmou Genilda.

Para execução do convênio com o IPDN, o Funcred investirá um total de R$ 650 mil. A meta é assistir 25 projetos sociais em 24 municípios, possibilitando a geração de renda que garanta a sua auto-sustentabilidade.

Além da criação de tilápia em Traipu, os pequenos empreendimentos a serem beneficiados incluem a criação de aves nos municípios de Arapiraca, Girau do Ponciano, Olho d’Água das Flores, Poço das Trincheiras e Santana do Ipanema; produção de doce em Chã Preta, São Miguel dos Milagres e Major Izidoro; multimistura em São José da Tapera; produção de mel em Olho d’Água do Casado, Pariconha, Cacimbinhas e Jaramataia; piscicultura (tilápia) em Belo Monte e Pão de Açúcar; costura em São José da Lage; Xô Boi em Batalha e sapatos em Branquinha; horta em Palestina, Olivença e Maceió, além de criação de caprinos em Igaci e Craíbas.

Fonte: Agência Alagoas

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