O deputado federal Thomaz Nonô (PFL) voltou a confirmar – agora há pouco – que a chapa de oposição aos senadores Teotônio Vilela (PSDB), Renan Calheiros (PMDB) e o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) já está consolidada. João Lyra sai como candidato ao governo ao lado de Celso Luiz e apoiado por Nonô, que já assumiu sua candidatura ao senado.
Nonô disse acreditar no projeto político de João Lyra, que tem se mostrado um bom administrador e preocupado com Maceió e Alagoas, no entanto admitiu haver semelhanças entre a sua chapa e dos adversários. “Temos pontos em comum, tanto que vamos dividir eleitores que pensam parecido”, disse o deputado.
O deputado criticou ainda os setores da imprensa que tratam a disputa eleitoral alagoana, como “açucarada” por ser “usineiro contra usineiro”, já que o senador Teotônio Vilela também é empresário do ramo. “Não vejo os políticos pelas suas funções econômicas, mas sim por suas trajetórias públicas e pelo que eles representam. Por isto que escolhi estar do lado do João Lyra. Errei uma vez quando fui eleitor do Lula, mas não me arrependi de ter votado no Cícero Almeida, que vem dando certo. Isto é que determina o bom político: o serviço prestado”, destacou.
Para Nonô, a polarização nas próximas eleições já está clara. “Deve haver uma terceira alternativa colocada pelo PT, mas é evidente que vai polarizar entre o nosso grupo e a outra chapa. Acredito que as eleições se comportem desta forma”. O deputado federal – que declaradamente vota PSDB para a presidência, ao apoiar Geraldo Alckmin – ficará fora do palanque tucano em Alagoas, já que Teotônio Viela é oposição a Lyra.
Indagado se a verticalização, que provavelmente unirá PSDB e PFL atrapalhará seus planos, Nonô diz que “não há possibilidades de sua candidatura deixar de existir”. “Só atrapalharia se o PTB lançasse candidato a presidência, o que não vai acontecer. Isto é a prova de que esta verticalização é pouco inteligente, pois serão mantidas as diferenças regionais, que é natural. Eu voto Alckmin para presidência, mas aqui eu voto Lyra”.
Palanques cruzados
A verticalização criou – pelo menos em Alagoas – um fenômeno político que vem sendo chamado de palanque cruzado. Ou seja, Nonô – por exemplo – que é candidato do PFL vota Alckmin, mas sobe no palanque do PTB, que pode ser base de apoio da candidatura de Luis Inácio Lula da Silva à reeleição presidencial. “No Lula é que eu não voto. Este governo traiu o povo. Aliás, não é governo, é uma quadrilha. O PT caiu de tão podre que é. Era preciso que a verticalização caísse para se respeitar as diferenças regionais. Eu sou oposição ao Lula, independente de qualquer coisa”, declarou Nonô.
Com o palanque cruzado, é reforçada – em Alagoas – a tese das “alianças brancas”, permitindo que Lula venha a ter dois palanques na Terra dos Marechais, um oficial com um candidato do PT, que será decidido na próxima semana e outro com o PTB, que pelo menos não atacará a estrela vermelha, ainda que na composição esteja o PFL.