Entra em vigor polêmica lei antiterrorista britânica

A polêmica nova lei antiterrorista britânica, que criminaliza a glorificação ou incitação do terrorismo, entrou em vigor nesta quinta-feira, em meio a críticas de grupos humanitários e defensores dos direitos humanos.

A Lei Antiterrorista 2006 proíbe que grupos ou organizações incitem ou glorifiquem o terrorismo e criminaliza todos aqueles que dão ou recebem treinamento terrorista. A medida também considera que as pessoas que ultrapassam certas bases nucleares determinadas são "criminosos terroristas".

Grupos defensores dos direitos humanos e a Câmara dos Lordes consideram que a lei do primeiro-ministro Tony Blair é muito genérica e ambígua e que acabará penalizando pessoas ou grupos inocentes. Além disso, temem que a nova lei reduza os direitos à liberdade de expressão e às manifestações públicas.

A lei foi rejeitada quatro vezes pelos Lordes e duas vezes pelos parlamentares conservadores e liberais democratas, mas finalmente o governo conseguiu aprová-la após um acordo.

Por sua vez, Blair disse que a nova legislação permitirá que se tome medidas contra as pessoas que, por exemplo, fizeram uma manifestação em fevereiro desse ano em frente à Embaixada da Dinamarca em Londres contra a publicação de charges do profeta Maomé. Os manifestantes levavam cartazes que incitavam a violência e glorificavam os atentados terroristas de 7 de julho do ano passado na cidade.

Também entrou em vigor nesta quinta uma nova regra que dá poder a policiais para prender por até 28 dias e sem autorização judicial uma pessoa suspeita de atividades terroristas.

Doug Jewell, porta-voz do grupo de direitos civis Liberty, declarou ao programa Breakfast, da BBC de Londres, que as novas leis são muito amplas. "O problema disso é que as medidas contra a incitação e glorificação (do terrorismo) são tão amplas que qualquer um que apóie, por exemplo, a violência para mudar o regime em algum país do mundo teoricamente é incluído pela lei", acrescentou.

A nova lei antiterrorista britânica foi criada depois dos atentados de julho passado em Londres, nos quais quatro suicidas detonaram seus explosivos em vagões do metrô da cidade, provocando a morte de 52 pessoas e deixando outras 700 feridas.

Por outro lado, o Tribunal Supremo britânico determinou, na quarta-feira, que as chamadas "ordens de controle" de detenção domiciliar de suspeitos de terrorismo, impostas no ano passado pelo ministro do Interior Charles Clarke, infringem os direitos humanos básicos das pessoas.

Fonte: Folha

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