Carlos Alberto Legal Filho, 35, que esqueceu ontem o filho de um ano e três meses no carro, está em estado de choque e por isso ainda não prestou depoimento sobre o ocorrido, segundo a delegada-assistente do 20º DP (Água Fria) Adanzil Limonta, responsável pela investigação do caso.
O bebê morreu depois de ficar mais de cinco horas dentro do Fiat Siena no estacionamento da academia de ginástica, na Vila Mazzei (zona norte), onde Carlos Alberto trabalha. A criança sofreu parada cardiorrespiratória, queimaduras de primeiro e segundo graus e também desidratação grave.
De acordo com a delegada que investiga o caso, "é compreensivo que o pai esteja penalizado", mas a informação de "perdão judicial" não procede. "Isso quem tem que determinar é a Justiça", disse.
Segundo a delegada, a polícia já instaurou inquérito e está aguardando a chegada dos laudos periciais. O inquérito deve ser concluído em 30 dias e o pai do bebê será indiciado por homicídio culposo (sem intenção).
Carlos Aberto seguia um roteiro com a família todos os dias: primeiro, ele deixava a filha mais velha na escola; depois, o bebê no maternal; e, em seguida, a mulher ficava na estação Parada Inglesa do metrô.
Entretanto, na quinta-feira, houve uma mudança no roteiro e antes de levar o bebê para o maternal ele teve que deixar a mulher no metrô. Da estação ele seguiu para o trabalho. Então estacionou o carro, com o menor dentro, e só retornou mais de cinco horas depois.
Perto do horário do almoço, Carlos Alberto pressentiu que havia algo errado e retornou ao carro. Porém, quando abriu a porta, se assustou ao encontrar o filho desacordado, deitado na cadeira de bebê e com queimaduras pelo corpo. O menino foi levado ao hospital, mas chegou sem vida ao local.
Segundo informações do 20º DP (Água Fria), onde o caso foi registrado, como o carro possui vidros escurecidos, os pedestres não conseguiram perceber que havia uma criança no veículo.
