No Dia do Índio, as 19 comunidades indígenas de Alagoas ainda lutam pelo que consideram mais sagrado: a terra. Atualmente, dois técnicos da Funai fazem um levantamento antropológico em todo o Estado para enviar o laudo a Brasília.
Ao todo, são cerca de 14 mil índios no Estado, a grande maioria reivindica a posse de terra, de acordo com o diretor da Fundação Nacional do Índio, José Heleno. “Só me lembro dos índios da tribo Wassu Cocal, de Joaquim Gomes, que tenham conseguido uma parte da terra, quase três mil hectares. Mas eles ainda reivindicam mais terras”, diz.
De acordo com José Heleno, o problema é enfrentado pelas 11 etnias de Alagoas, o que motiva a ocupação da Funai pelos índios da tribo Xucuru-Cariri, vindos de Palmeira dos Índios.
A ocupação é feita desde o dia 8 de março, reivindicando 25 fazendas, com cerca de 345 hectares para que sejam destinadas a áreas emergenciais. Mas, depois de reuniões em Brasília, técnicos da Funai apresentaram propostas aos fazendeiros, que as rejeitaram.
“Agora estamos fazendo esse levantamento, que é inédito, para ajudar essas famílias que não possuem terras e ocupam áreas pequenas, à margem das cidades”, diz Heleno.
Enquanto o problema não for resolvido, os índios de Palmeira continuarão no órgão, que também está sendo utilizado por índios de Porto Real do Colégio, da tribo Kariri-Xocó. “Somos cerca de 20, que estamos aproveitando o nosso dia para fazer visitas a colégios”, disse Irassu Suíra.
Segundo o índio, a aldeia tem 1500 famílias, que conseguiram a terra, mas agora enfrentam o desmatamento da região. “Faltam animais e peixes, mas a cultura da tribo está sobrevivendo com o artesanato e escolas, onde ensinamos a nossa língua”, diz.