O projeto de revitalização do bairro do Jaraguá conseguiu construir um grande Centro Cultural e de Convenções, mas não teve condições de manter bares, restaurantes e boates da região. A Casa da Sogra, o último bar da rua Sá e Albuquerque, foi fechado hoje.
O proprietário do bar, Tanagy Andrade, anunciou que fecharia as portas, com muita tristeza. “O prejuízo é mais emocional do que financeiro”, disse, com bastante pesar. Desde o ano passado, Tanagy tenta mobilizar políticos e responsáveis pela área cultural do bairro, mas hoje disse que não há como continuar trabalhando no local por falta de freguesia.
Há sete anos que a Casa da Sogra funcionava no Jaraguá e, no auge do projeto de revitalização do bairro, outros bares, boates e restaurantes faziam do local um centro de diversão e lazer para a população de Maceió. Depois, o bairro ainda recebeu o Centro Cultural e de Convenções que, atualmente, é responsável pelo aumento de turistas que vêm participar de encontros, congressos e reuniões no local.
Mas os proprietários de estabelecimentos no Jaraguá não tiveram o mesmo êxito e reclamaram, principalmente, da falta de investimentos, de segurança e de realização de atividades culturais no bairro. No início do ano passado, Tanagy levou a questão à imprensa e anunciou que o bar era o último da rua Sá e Albuquerque e estava a ponto de fechar por falta de perspectivas.
“Quando estava no auge era muito bom porque tudo se concentrava na mesma rua. Era Arena, Aeroporco, Área, Virgulino, Casa da Sogra e ainda tinham outros bares. Depois fui deixando de ir e comecei a freqüentar o Stella Maris, onde hoje tenho mais opções”, diz o fisioterapeuta Gustavo Monteiro, 24.
O fisioterapeuta também lembrou da época em que o bairro foi marcado pela violência, quando ocorreram assaltos, tiroteios, brigas e outros episódios, que também motivaram a desistência dos jovens em freqüentar a noite do Jaraguá.
“Eu e meus amigos íamos ao Jaraguá todo final de semana. A decaída do bairro é que é uma tristeza”, lamentou Gustavo Monteiro.