O juiz José Braga Neto, da 9ª Vara Criminal, condenou, agora há pouco, José Carlos Nascimento dos Santos, 30, pelo assassinato da inglesa Sophia Mosca Messim, 25. O crime, considerado hediondo, ocorreu no dia 17 de novembro de 2000, em Ipioca, e o réu foi pegará 19 anos e 11 meses de prisão.
O julgamento começou nesta tarde e acabou agora há pouco, no auditório do 3º Tribunal do Júri, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes.
O crime teve repercussão internacional e o Consulado Britânico pediu providências ao governo brasileiro, que acionou a Polícia Federal para iniciar as investigações.
Esta é a segunda condenação de José Carlos neste caso. A primeira, em 30 de novembro de 2001, o condenou a 20 anos de prisão, por latrocínio – roubo seguido de morte – mas o julgamento foi anulado porque não ficou provado que ele havia ficado com o dinheiro da vítima.
“Agora vim propor a condenação por homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e pelo meio que ele usou, já que ganhou a confiança da vítima para matá-la”, afirmou o promotor do caso, Eduardo Tavares Mendes, no início da sessão.
Crime
De acordo com o promotor, a inglesa era pedagoga e veio de Londres para passar férias no Estado. Sophia Messim também era pesquisadora e tinha a intenção de comprar uma casa em Ipioca.
Chegando de viagem, ela conheceu José Carlos, que trabalhava como porteiro de condomínio e a ajudou a alugar uma casa. “Na época ele tinha duas namoradas, a Silvana e Iara, que ficaram enciumadas, mas ele disse que estava com a inglesa para conseguir dinheiro dela”, explicou.
No dia do crime, José Carlos teria ido passear com a inglesa na praia – duas testemunhas o viram – e depois do passeio, ela teria desaparecido e ele viajado para São Paulo. “As testemunhas ainda foram acusadas de participar do crime, mas foram impronunciadas porque as provas não foram suficientes”, lembrou Eduardo Mendes.
A morte da inglesa Sophia Messim foi a cacetadas, na beira da praia de Ipioca, e o corpo dela só foi achado dois dias depois. No início do julgamento, o réu foi interrogado, mas negou a autoria do crime, alegando que estava na praça da cidade.
O juiz ainda leu alguns depoimentos que José Carlos tinha dado na fase investigativa do processo, diferentes das afirmações dele no tribunal, em relação à amizade entre ele e a vítima. “Se você foi ao banco, pelo menos uma vez, com a vítima, ela confiava em você”, questionou o juiz José Braga Neto, durante o interrogatório.
Na defesa do acusado, o defensor público negou a autoria do crime, mas os sete jurados foram unânimes em condená-lo. José Carlos seguirá para o presídio Baldomero Cavalcanti, onde deverá cumprir a pena em regime fechado.