Departamento de Estado norte-americano afirmou hoje que o governo do Brasil "não ofereceu o apoio político e material necessário para fortalecer as instituições antiterroristas". O Brasil também foi criticado por reconhecer o grupo islâmico Hezbollah, que Washington considera uma organização terrorista, como "um partido político legítimo".
Em seu relatório anual para 2005 sobre as atividades terroristas no mundo, o Departamento de Estado norte-americano disse, entretanto, que "o governo do Brasil condenou vigorosamente o terrorismo".
"Uma comissão governamental propôs uma nova estrutura nacional interagencias contra o terrorismo, mas o governo não apresentou a legislação para implementa-la", continuou.
Apesar das críticas, o relatório afirma que, em geral, "o Brasil continua melhorando sua capacidade antiterrorista".
O relatório destaca que o Brasil "preferiu não estabelecer um regime de designação de organizações terroristas", similar à "lista negra" de Washington.
O Departamento de Estado norte-americano reiterou ainda sua "preocupação" pelas supostas atividades dos grupos Hezbollah e Hamas na área da tríplice fronteira, entre Brasil, Argentina e Paraguai.
Segundo o relatório, em 2005 a tríplice fronteira teria sido mais uma vez cenário de "arrecadação de fundos" por parte do Hezbollah e o Hamas entre a numerosa população muçulmana da área "e em outras regiões dos três" países sul-americanos.
Foram ainda destacados avanços nas tarefas do grupo "3 + 1", que reúne forças policiais dos três países sul-americanos, mais os Estados Unidos.