Entidades ambientalistas e do meio universitário, organizações comunitárias do Município de Marechal Deodoro- onde fica a Área de Proteção Ambiental de Santa Rita – e personalidades ligadas aos meios culturais devem participar, daqui a pouco, da reunião do Conselho Estadual de Proteção Ambiental, Cepram.
A reunião está marcada para as 9h, no Salão dos Conselhos do Palácio Zumbi dos Palmares, em Maceió, quando deverá ser discutido a construção de um canal artificial que, segundo os ambientalistas do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, descaracteriza o canal natural da APA da Ilha de Santa Rita.
De acordo com os ambientalistas, o canal artificial tem por objetivo aumentar o valor dos lotes do projetado “Condomínio Ilha Bela”, considerado mais um empreendimento à revelia do Plano de Manejo da APA de Santa Rita, já que a Lei que criou a APA de Santa Rita dava prazo ao Governo do Estado para elaborar e aprovar o Plano em 420 dias, prazo que nunca foi observado em mais de 30 anos de existência da APA.
Licença
Na semana passada, em reunião realizada no Instituto do Meio Ambiente, a Comissão de Vistas formada no Cepram analisou o pedido de licença prévia do canal artificial. Depois de discussões, os conselheiros que pediram vistas decidiram, por cinco votos favoráveis e quatro votos contrários, sugerir, ao plenário do Cepram a aprovação da licença.
O ambientalista Anivaldo Miranda estranhou o resultado da votação na Comissão de Vistas “porque esse empreendimento, além de contrariar diversos dispositivos da legislação, ameaça desencadear uma nova corrida da especulação imobiliária naquele ecossistema porque, depois de aprovado o primeiro canal artificial, o futuro dos canais naturais será o de se transformarem numa espécie de espinha de peixe, com a multiplicação de novas derivações a serviço do mau gosto arquitetônico e do agravamento da poluição hídrica no Complexo Lagunar”, argumentou.
Com assessoria
