A pena máxima foi o veredicto do juiz da Auditoria Militar, James Magalhães, que julgou nesta tarde, o sargento da Polícia Militar, Raimundo Edson Silva Medeiros. O sargento é acusado de ter deixado de comparecer ao trabalho por mais de oito dias, o que é considerado deserção.
O juiz da Auditoria Militar decidiu que Medeiros irá cumprir dois anos de detenção na sede da Polícia Federal, em Jaraguá, para garantir a segurança dele e da população, já que o réu responde por outros crimes.
“Ele não perdeu a farda e continua militar, mas o crime é considerado falta gravíssima na vida militar, por significar indisciplina.” “A carreira militar tem dois pilares, a disciplina e a hierarquia”, explicou Alves de Melo, promotor do caso.
A advogada do sargento Medeiros, Mary Any Vieira, ainda tentou alegar que seu cliente não havia se apresentado por motivos de doença e que os atestados médicos eram evidentes, mas os oficiais do Conselho de Sentença não reconheceram autenticidade nos atestados.
“Ele disse que teve um acidente de moto em janeiro e que estaria se recuperando, mas os atestados não foram devidamente homologados pela Polícia Militar”, disse o promotor.
A advogada informou que vai recorrer da decisão ao Tribunal de Justiça, tanto da duração da pena e do local escolhido para o cumprimento. “Ele tem direito de cumprir a pena no Presídio Militar”, afirmou.
Crimes
O militar é acusado de participação em cerca de 30 crimes e está sob a custódia da Polícia Federal, a pedido dos juízes que fazem parte do Núcleo de Combate ao Crime Organizado, criado pelo Tribunal de Justiça de Alagoas.
Entre os crimes, sargento Medeiros foi indiciado pela participação na morte do motorista Carlos André Fernandes dos Santos, assassinado em agosto de 2005, em um posto de combustível de Satuba. Em defesa dele, a advogada diz que, no dia do crime, o militar estava em prisão disciplinar, no Quartel da PM, onde passou o dia e só saiu para ir assistir uma aula no curso de informática, no Cefap Centro de Formação da PM.
O sargento também foi acusado de ter participado do assassinato do lider comunitário Edvaldo Guilherme da Silva, o Baré Cola, mas não foi indiciado no caso. O delegado Arnaldo Carvalho indiciou o assessor parlamentar Luiz Henrique de Oliveira, mas de acordo com a advogada Mary Any Vieira, ele não foi reconhecido pela testemunha, por isso o delegado encaminhou um pedido para que o assessor deixe de responder pelo crime.