Alagoas avançou mais que a média nordestina no quesito desenvolvimento social. Os dados são do IBGE, que nesta quarta-feira divulgou os últimos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), realizada em 2004, que trazem informações sobre a condição de segurança alimentar nos domicílios brasileiros.
Segundo a pesquisa, Alagoas e Sergipe são os únicos do Nordeste a terem um percentual inferior a 10% de pessoas que passam fome. E Alagoas possui o segundo maior índice de pessoas na faixa de segurança alimentar – sem nenhuma necessidade alimentar. A pesquisa avaliou, pela primeira vez, informações sobre a condição domiciliar de segurança alimentar no país, utilizando a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar.
Em Alagoas, segundo o IBGE, 9,3% da população (194 mil domicílios) estavam inclusas na faixa de insegurança alimentar grave, que significa limitação de acesso aos alimentos. Em outras palavras, quer dizer pessoas que não conseguem comer o mínimo necessário pelo menos três vezes por semana.
Com esse resultado Alagoas superou em mais de três pontos a média nordestina, que foi de 12,4% da população – 1,63 milhão de domicílios, o que representa quase metade do total brasileiro.
No contexto nacional, o IBGE destaca Alagoas como um dos estados em posição intermediária (16º), mas detalha como resultado significativo no Norte/Nordeste. A média brasileira foi metade do número encontrado no Nordeste: 6,5% – 3,3 milhões de domicílios ao todo.
A pesquisa ainda coloca Alagoas no segundo posto quando o assunto é segurança alimentar. Em 2004, 1,52 milhão de pessoas (55,3% da população da época) estava inclusa nessa característica – atrás mais uma vez de Sergipe.
No quesito insegurança alimentar leve, Alagoas tinha incluso 15% da população; já na faixa moderada estavam 20,4%. Em todos os itens o Estado supera a média nordestina e está na segunda melhor posição regional.
Positivo
Para o secretário Coordenador de Desenvolvimento Econômico, Arnóbio Cavalcanti, o resultado é um dos mais positivos já alcançados por Alagoas nos últimos tempos. “Sempre fomos rotulados como o mais miserável do Nordeste. Graças a políticas sérias e determinadas do governo do Estado em reduzir as desigualdades sociais, conseguimos avançar muito nesses últimos anos, a exemplo da redução na concentração de renda”, afirma o secretário, ao lembrar que, também em 2004, Alagoas foi o estado do país que registrou o maior avanço no índice Gini, que mede a concentração de renda – entre 1991 e 2004, Alagoas passou de 0,63 para 0,53 (quanto mais perto de um, maior a concentração de renda).
Para Arnóbio Cavalcanti, políticas sociais como o Programa do Leite, o Microcrédito, além do aumento nas transferências federais, contribuíram decisivamente para que esse quadro fosse revertido. “Isso é uma prova que atacamos o foco do problema. A fome é um problema que tem que ser combatido com políticas amplas, tanto de inclusão social como de desenvolvimento econômico. Ver o Estado como pegamos e deixá-lo nessa condição é uma satisfação que não tem tamanho. E olha que estamos começando a colher os frutos agora”, finaliza.