Livro conta história de um senhor de engenho que viveu no século XIX em Murici

O desafio principal foi o de recuperar a trajetória de um personagem que nasceu nas brenhas de Murici, em meados do século XIX. Coletando depoimentos, vasculhando coleções de jornais e ouvindo familiares, o jornalista Joaldo Cavalcante, secretário de Comunicação do Estado, conseguiu traçar o perfil de Francisco de Paula Barros Accioly, um senhor de engenho de bangüê que constituiu família e fez história às margens do rio Mundaú. O livro “Major Barros da Pedra Branca” será lançado na próxima segunda-feira, a partir das 18 horas, no Beagá Café, com renda revertida para o Lar São Domingos.

“Das muitas histórias que ouvi da minha avó materna, diversas tinham como protagonista o célebre major Barros”, testemunha o advogado Diógenes Tenório Junior, que também é de Murici e assina o prefácio do livro. “O Joaldo está resgatando de forma isenta a memória do seu bisavô e, ao mesmo tempo, oferecendo mais um retrato daquela cidade, a partir de 1858”. Diógenes, que é membro da Academia Alagoana de Letras, destaca o fato de os episódios descritos retratarem um homem fiel a seus princípios e às suas crenças. “Era o tempo em que o fio de bigode valia mais de dez papéis assinados em cartório”.

Já o senador Renan Calheiros, que possui raízes em Murici e traz seu depoimento na “orelha” do livro, identifica na publicação um misto de condimento literário com uma dose de estilo jornalístico. “Quem ler vai verificar que o resultado do trabalho é para ser saboreado por todos os gostos”. Muriciense e presidente do Congresso Nacional, Renan acredita que esse olhar no fato bem localizado contribui para oferecer sentido ao processo histórico como um todo. “São peças de um grande quebra-cabeça que necessita ser montado para estar disponível como fonte de consulta às gerações sucessivas”, afirmou.

O autor está convencido de que fez uma espécie de viagem no tempo. “Esta é a sensação, já que fiz questão de visitar a fazenda Pedra Branca anos após o falecimento do major”, disse Joaldo Cavalcante. O livro mergulha no cotidiano do personagem, mas vincula a rotina de um senhor de engenho com os fatos mais amplos de Alagoas, contribuindo para enriquecer a descrição histórica. Eu quis associar o homem em seu tempo com a dinâmica dos acontecimentos gerais da sociedade”, definiu Joaldo, que resolveu escrever sobre seu bisavô para prestar uma homenagem ao seu pai, Sebastião Cavalcante, falecido há seis anos.

Fonte: Agência Alagoas

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