Pequenos e médios produtores de cana-de-açúcar do Nordeste e principalmente de Pernambuco serão beneficiados com a produção de mudas de cana-de-açúcar. A idéia é promover a melhoria da qualidade genética e fitossanitária das variedades cultivadas.
A iniciativa começa a ser viabilizada a partir de amanhã com a inauguração de uma biofábrica de cana-de-açúcar no município de Catende, na zona da Mata Sul de Pernambuco, pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende.
A estrutura é composta por um laboratório e seis estufas com capacidade para produção de 400 mil mudas, em um ciclo de 45 a 50 dias. O laboratório, localizado no Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), em Recife, dará suporte aos trabalhos por meio da replicação da cana in-vitro. O ministério investiu R$ 226 mil para a construção das estufas e para viabilizar o laborarório foram liberados R$ 800 mil do orçamento geral da União.
Vinte filhos de agricultores participaram do primeiro curso de capacitação para o manejo das espécies de alta qualidade genética e fitossanitária que irão melhorar a produtividade. Eles foram treinados durante 40 dias em técnicas de produção de substrato e preparação de mudas de cana-de-açúcar para o plantio.
O coordenador do projeto da biofábrica, Júlio Zoe de Brito, destacou que os produtores terão muitas vantagens já que serão usadas mudas desenvolvidas pela Universidade Federal Rural de Pernambuco com características específicas como resistência a seca e a pragas, alto teor de sacarose e ganho de produtividade 30% superior ao sistema tradicional de cultivo. "Trata-se de uma tecnologia avançada e dispendiosa que só algumas empresas sucroalcooleiras do Sul e Sudeste do país utilizam", disse Zoé.
A zona da Mata Sul de Pernambuco tem produtividade média anual de 55 toneladas de cana-de-açúcar por hectare, considerada baixa em comparação com as áreas produtoras de cana de São Paulo, onde são cultivadas 80 toneladas por hectare. Entre os fatores que contribuem para o baixo desempenho da atividade canavieira estão as variedades ultrapassadas, o manejo inadequado e ausência de chuvas.