A Ferrovia Transnordestina, que deverá estar concluída dentro de três anos, vai melhorar as condições de escoamento de produtos agrícolas e de minerais na região Nordeste. As obras começam na próxima terça-feira no município de Missão Velha, sul do Ceará, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Integração Nacional, Pedro Brito.
Com cerca de 2 mil quilômetros de extensão, a Transnordestina ligará os portos de Suape (PE) e Pecém (CE) a regiões como o sudeste do Piauí, sul do Maranhão e oeste da Bahia. Apesar do crescimento das safras de grãos e algodão nesses estados, os custos de produção são elevados pela falta de um transporte eficiente. Segundo o Ministério da Integração, a ferrovia também deve impulsionar o pólo gesseiro de Pernambuco e os pólos de fruticultura irrigada de Juazeiro (BA) e Petrolina (PE).
A Transnordestina será implantada pela Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), que investirá R$ 4,5 bilhões – R$ 1,05 bilhão de recursos próprios da empresa, R$ 400 milhões de empréstimo concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 823 milhões do Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) e R$ 2,227 bilhões de financiamento do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).
O primeiro trecho, com 110 quilômetros de extensão, ligará Missão Velha (CE) a Salgueiro (PE). Os outros três trechos começarão a ser construídos assim que os projetos executivos estiverem concluídos e forem concedidas as licenças ambientais. A expectativa dos diretores da CFN, segundo o Ministério da Integração, é de que as obras dos novos trechos comecem ainda neste ano.
A previsão é de que durante a construção da Transnordestina sejam criados 70 mil novos empregos diretos e indiretos.