Mesmo ainda distante do ápice de seu futebol, a seleção brasileira derrotou com facilidade a Nova Zelândia por 4 a 0 neste domingo no estádio de Genebra, na Suíça, no último jogo de preparação antes de estréia na Copa. Com isso, chega com 100% de aproveitamento na fase de amistosos pela primeira desde 1962.
Na preparação para o Mundial do Chile, a seleção que viria a conquistar o bicampeonato ganhou todas as seis partidas de preparação (contra Paraguai, Portugal e País de Gales, duas vezes cada uma). Neste ano, a equipe do técnico Carlos Alberto Parreira não desperdiçou pontos nos testes contra Rússia, Lucerna e Nova Zelândia.
Mesmo com o desfecho favorável da fase de preparação, a seleção brasileira mostrou estar taticamente longe do ideal. O fato que mais evidencia essa constatação é o problema de falta de entrosamento do quarteto ofensivo.
A Nova Zelândia, 118ª seleção no ranking da Fifa, que nas eliminatórias da Oceania ficou em terceiro lugar, atrás de Austrália e Ilhas Salomão, conseguiu dificultar a criação ofensiva da seleção, principalmente na etapa inicial.
Mesmo com a fragilidade técnica do adversário, a seleção de Carlos Alberto Parreira encontrou dificuldades no setor criativo do meio-campo, com os membros do quarteto ofensivo sem liberdade para pensar diante da marcação. Por isso, a alternativa inicial foi usar as laterais do campo com Cafu e Roberto Carlos. Os dois veteranos foram os principais finalizadores da equipe no primeiro tempo.
Do quarteto ofensivo, o membro que mostrou mais mobilidade foi Kaká. Foi através de uma jogada individual do meia que o Brasil abriu o placar no final do primeiro tempo, com a conclusão de jogada de Ronaldo. O meia também anotou o seu no final do jogo.
No segundo tempo, depois de Ronaldo deixar o jogo com bolhas no pé esquerdo deixadas por sua chuteira, o quarteto ganhou velocidade com Robinho, mas teve pouca evolução em objetividade.
Com a fase de amistosos concluída, o grupo brasileiro se instalará a partir deste domingo na cidade Königstein, próxima a Frankfurt, onde ficará durante parte da primeira fase da Copa do Mundo.Nesta segunda-feira, os jogadores ganharam um dia de descanso.
Antes da estréia na Copa contra a Croácia no dia 13 de junho em Berlim, a expectativa é que Parreira concentre os treinos finais de preparação em fundamentos técnicos e na parte tática.
O jogo
No primeiro momento de liberdade com a bola no ataque, aos 2min do primeiro tempo, Roberto Carlos recebeu de Adriano na esquerda e arriscou o chute cruzado de fora da área, exigindo grande defesa do neozelandês Glen Moss.
Nos instantes seguintes, a Nova Zelândia demonstrou poder de marcação eficiente, que dificultou o acesso brasileiro à área. Por isso, a segunda chance de gol acabou saindo em disparo de fora da área de Zé Roberto, que passou acima do travessão.
Apesar de dominar a posse de bola, o Brasil apresentava dificuldade de criação, em razão da marcação adversária. Assim, somente aos 23min o time de Parreira voltou a ameaçar o gol adversário, quando, num contra-ataque, Roberto Carlos inverteu o jogo para Cafu, que, livre na área, bateu em cima do goleiro Moss.
Cafu, três minutos depois, recebeu cruzamento de Kaká e bateu alto, por cima do gol. Com o quarteto ofensivo esboçando mais desenvoltura, a seleção voltou a concluir aos 28min, quando Adriano finalizou rasteiro depois de receber passe de Ronaldo.
Mais uma vez Cafu. Aos 34min, o lateral-direito brasileiro foi acionado na direita e centrou na área. A bola chegou à cabeça de Ronaldo, que desviou por cima do gol. Três minutos depois, Ronaldinho apareceu no jogo em cobrança de falta desviada pela zaga adversária para escanteio.
O gol brasileiro enfim saiu aos 42min, quando Kaká se aventurou em jogada individual pela ponta direita, passou pela marcação e centrou para o meio da área. Em seguida, Ronaldo girou e mandou para as redes em finalização de perna direita.
Dois minutos depois, Ronaldo quase marcou o segundo gol, ao ser lançado atrás da zaga e tocar por cobertura na saída do goleiro. A bola acabou se chocando com a trave esquerda.
O segundo tempo começou com a Nova Zelândia assustando, em uma desatenção da defesa brasileira. Depois da saída em falso de Dida, Coveny só não marcou por causa da intervenção de cabeça de Lúcio.
Aos 5min, Robinho, substituto de Ronaldo, fez boa jogada e serviu Adriano, que, em seu lance característico, armou o disparo de perna esquerda e bateu forte para fazer 2 a 0.
O Brasil ampliou com Kaká aos 40min. O meia arrancou sozinho pela direita, venceu a marcação na corrida e tocou rasteiro na saída do goleiro.
A vitória foi selada já nos descontos, quando Juninho recebeu em profundidade nas costas da marcação e tocou com categoria na saída do goleiro adversário.