A produção brasileira na safra de cana-de-açúcar em 2006/2007 está
estimada em 469,8 milhões de toneladas. É a maior da história, superando em 8,9% a safra anterior (431,4 milhões de toneladas). O número consta do 1º
levantamento desta safra realizado pela Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa).
De acordo com a Conab, o crescimento se deve à ampliação e à abertura
de novas usinas e destilarias para atender a fabricação de açúcar e
álcool. Para o diretor da Conab, o crescimento da estimativa da produção vai
permitir a estabilidade de preços tanto de açúcar como de álcool. Do
total apurado, 423,4 milhões de toneladas de cana serão destinados à
indústria sucroalcooleira, sendo 237,1 milhões de toneladas para a produção de açúcar, o que deve resultar em 584,9 milhões de sacas de 50 quilos.
Já a industrialização total de álcool (hidratado, anidro e neutro) vai
consumir 186,3 milhões de toneladas de cana, gerando 17,8 bilhões de
litros.
O restante da produção (46,4 milhões de toneladas) será destinado a
outros fins, como cachaça, rapadura, ração animal e sementes para plantio.
A área plantada na safra atual também aumentou em 5,4%, passando de 5,8
milhões de hectares em 2005/2006 para 6,2 milhões de hectares. O
crescimento é resultado da ocupação de parte das áreas antes usadas pela pecuária e pelo plantio de grãos. Para Silvio Porto, a rentabilidade do setor pesou na decisão dos pecuaristas e produtores de grãos na escolha pelo plantio da cana-de-açúcar. "Em vários estados do país, com destaque para o Paraná, Goiás e São Paulo, observamos a substituição da pecuária e também de lavouras como de mandioca, soja e milho pela plantação de cana", disse
Porto.
Região Centro-Sul tem maior produção
O Centro-Sul é responsável por 86,8% da produção desta cultura no País,
sendo o estado de São Paulo o maior produtor, com 282,2 milhões de
toneladas, ou 60,1% da colheita nacional, em uma área de 3,2 milhões de
hectares. Já o Norte/Nordeste contribui com 13,2% da produção total.
O estudo de campo foi realizado na primeira quinzena de maio e contou
com a participação de 79 técnicos. Foram entrevistados 548 representantes de 430 entidades, entre usinas, destilarias, sindicatos, associações, órgãos
públicos e privados.
O resultado vai subsidiar o governo federal nas decisões do
agronegócio, principalmente no que se refere à destinação da matéria-prima agrícola. A pesquisa é também subsidiada pelo Geosafras (pesquisa por satélite), programa que utiliza informações baseadas em geotecnologia. O segundo levantamento será realizado pela Conab em agosto.