O ex-presidente da Câmara de Vereadores de Atalaia, Gilvânio Soares de Oliveira retorna, na manhã de hoje, à Câmara Municipal daquele município na condição de vereador. Ele esteve afastado do cargo porque foi preso e está sendo acusado de ser o mandante da morte dos irmãos Elizafan e Eliene Almeida, em setembro de 2005.
O juiz Galdino José Amorim Vasconcelos concedeu, no mês passado, o relaxamento da prisão de Gilvânio Soares de Oliveira e isso permitiu o retorno do vereador à Câmara Municipal. Ele foi preso no dia 15 de dezembro de 2005, quando participava de uma festa de confraternização da Câmara de Vereadores de Atalaia.
De acordo com o presidente da Câmara Municipal de Atalaia, Fernando Vigário, Gilvânio Soares foi afastado do cargo porque estava impossibilitado de participar das sessões. Mas, como ainda não foi julgado e condenado pela Justiça, a lei permite o retorno do vereador.
“O vereador não tem impedimento legal para reassumir. Inclusive, se a Câmara tentasse impedir sua volta, ele poderia entrar com uma ação judicial contra cada vereador, contra o município e o Estado”, afirmou Fernando Vigário.
O irmão das vítimas, Eliatan Almeida, está indignado com o retorno do vereador à Câmara. “Isso demonstra um retrocesso muito grave. Gilvânio foi apontado como mandante pelos autores materiais do crime, inclusive, consta nos depoimentos que ele forneceu fotos do Elisafan. Não entendo como esse homem pode reassumir seu posto Câmara”, ressalta Eliatan.
Também são acusados de envolvimento no crime Cícero dos Santos, Marcelo Lima da Silva, Paulo Alfredo da Silva e José Sotero da Silva Filho.
Assassinato
Os irmãos Elizafan e Eliene Almeida, evangélicos da Assembléia de Deus da cidade de Atalaia, deixaram sua residência, na tarde do dia 29 de setembro, para levar um aparelho microondas em uma fazenda na zona rural de Atalaia, quando desapareceram.
O veículo que transportava os irmãos foi encontrado, no dia seguinte, com vários documentos, incluindo uma roupa que não pertencia aos irmãos desaparecidos.
Os corpos foram encontrados dois dias depois, próximos à cidade, em uma caminhonete da família, pertencente ao pai dos irmãos, que é pastor evangélico em Atalaia. Segundo a Polícia Civil, os corpos estavam amarrados e com perfurações.