Banco do Nordeste será o gestor dos recursos do FDNE para a Transnordestina

O presidente do Banco do Nordeste, Roberto Smith, participa hoje, em Missão Velha (CE), do evento de lançamento das obras da Ferrovia Transnordestina, marcado para as 11h, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A cidade cearense, localizada a 522 km de Fortaleza, é o ponto inicial do primeiro trecho da ferrovia, que terá cerca de 100 km de extensão e vai até Salgueiro, em Pernambuco.

Dos R$ 4,5 bilhões a serem aplicados na obra, R$ 2,27 bilhões serão oriundos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), cujo gestor será o Banco do Nordeste. O restante dos recursos será financiado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), pelo Fundo de Investimentos do Nordeste (Finor) e pela Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN), do grupo econômico do setor de transportes da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN).

Também estão envolvidos no projeto o Ministério da Integração, a Agência de Desenvolvimento do Nordeste (Adene), a Caixa Econômica Federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Além de gestor dos recursos do FDNE, o Banco está atuando na análise do projeto de viabilidade econômica da Transnordestina. “A ferrovia é estratégica para o desenvolvimento do Nordeste e sua integração com a economia brasileira. Ela é fundamental para aumentar a competitividade das exportações na Região e, além disso, contribuirá para o dinamismo de vários setores da economia regional”, destaca Roberto Smith.

Transnordestina

O Projeto da Ferrovia Transnordestina tem o custo total avaliado em R$ 4,5 bilhões e e vai interligar os portos do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, e do Suape, no Recife, às novas fronteiras agrícolas do País localizadas no Sudeste do Piauí, Sul do Maranhão e Oeste da Bahia. A obra tem um tempo de implantação de até oito anos e deve gerar 70 mil empregos diretos e indiretos ao longo dos primeiros meses de construção.

Quando concluído, o projeto terá 1.860 mil km de extensão, sendo 905 de novas linhas, e capacidade para transportar 30 milhões de toneladas de carga por ano, entre diversos produtos, principalmente grãos, minérios e combustíveis. A expectativa é de que, com a Transnordestina, haja redução dos custos logísticos de exportação, por meio de uma alternativa de transporte interligando as regiões produtoras aos portos de Pecém e Suape. Outros benefícios serão a reorgarnização espacial da produção agrícola; a geração de impostos, emprego e renda; além da alternativa para uma possível integração regional com o Centro-Oeste.

Entre os objetivos do projeto estão a construção, remodelação e modernização de ramais e sub-ramais na área de influência da Malha Nordeste, ligando o município de Eliseu Martins (PI) aos portos de Suape, em Pernambuco, e Pecém, no Ceará; a recuperação de trechos da CFN; e construção de dois terminais portuários, um no Pecém e outro em Suape.

Em uma segunda etapa da construção da Transnordestina, após o término da fase atual, a ferrovia pretende avançar em Pernambuco e Bahia. A idéia é interligar, por via férrea, os pólos de produção agrícola, mineral e industrial da Região desde o Maranhão até a Bahia.

Trecho inicial

O trecho que ligará Missão Velha a Salgueiro tem cerca de 100 quilômetros de extensão. A ferrovia interligará, nessa primeira fase, Piauí, Ceará e Pernambuco. A obra faz parte do primeiro de quatro contratos a serem firmados ao longo de todo projeto da Transnordestina. Quando estiver pronto, o trecho Salgueiro – Missão Velha poderá permitir a ligação de pólos produtores do interior, como o de Gesso, na região do Araripe, com o porto de Suape.

Estudo

Para verificar a viabilidade de implantação do novo trecho ferroviário, técnicos do BNB visitaram empresas ligadas à logística de transporte de grãos, clientes da CFN, produtores rurais, entidades de apoio aos produtores e à pesquisa, empresas de assistência técnica, entre outros, nos Estados do Maranhão, Piauí e Bahia.

O resultado destas visitas compõe um parecer sobre a viabilidade de implantação da Transnordestina, no qual foram projetados três cenários possíveis de área plantada e produção de grãos, fibras e cana-de-açúcar até a safra de 2026/2027.

Castanhão

À tarde, o presidente Lula participa da inauguração de uma estação de piscicultura no açude do Castanhão, em Nova Jaguaribara (CE). Foram construídos três parques aqüícolas que receberão 30 milhões de filhotes de peixes.

Entre 2003 e 2005, piscicultores de Nova Jaguaribara financiaram quase R$ 1,8 milhão, com recursos do FNE-Aquipesca e do Pronaf. O projeto de piscicultura em gaiolas, implantado no Açude Castanhão, foi pioneiro no Ceará e beneficiou 128 famílias, que até a data de contratação da operação de crédito sequer tinham renda mensal definida. Atualmente, esses piscicultores estão comercializando 50 toneladas de tilápia a R$ 4,00 o quilo, o que proporciona a cada produtor uma renda em torno de R$ 500,00 mensais, afora a reserva que vem sendo constituída para o custeio com recursos próprios e constituição de Fundo de Liquidez.

Segundo o superintendente estadual do BNB no Ceará, Isaías Matos Dantas, a piscicultura vem se expandindo rapidamente nos últimos anos, tornando-se uma atividade econômica de crescente importância na área de atuação do BNB. No Ceará, somente em 2005, foram aplicados mais de R$ 3,9 milhões na atividade. Em 2006, até abril, foram liberados mais de R$ 835 mil no Estado.

Fonte: BNB

Veja Mais

Deixe um comentário