Entre 2003 e 2005, o volume de investimentos promovidos pelas
concessionárias de ferrovias brasileiras cresceu 215% atingindo R$ 3,37
bilhões no ano passado. Esse indicador é reflexo do processo de
revitalização e crescimento do setor nos últimos três anos, com aumento
da produtividade, segurança do transporte de carga e criação de postos de
trabalho.
Para viabilizar a retomada do crescimento do setor ferroviário no
País, o governo federal adotou medidas para integrar e adequar as
malhas, ampliar a capacidade de transporte e expandir as ferrovias existentes.
O setor ferroviário é um dos que mais cresce no país, com um aumento
brutal da produtividade, a criação de uma nova geração de ferroviários com os
empregos criados e a mudança gradual na matriz de transporte de carga
no Brasil. Em três anos a participação das ferrovias subiu de 23% para
25%. Isso mostra uma trajetória de crescimento sustentável do setor, afirmou o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos.
Ampliação da capacidade de produção
O governo federal executou obras para eliminação de pontos críticos nas
ferrovias, aumento capacidade de produção e melhoria da segurança. Para
tanto, foram investidos R$ 350 milhões nos últimos três anos. As ações
do governo contribuíram para o incremento de 21,2% entre 2003 e 2005 na
capacidade de produção das ferrovias. Em 2003, a produção era de 182,7
bilhões de toneladas por quilômetro útil (a principal unidade de medida
de transporte de carga do setor ferroviário). No ano passado, esse número
subiu para 221,6 bilhões de toneladas por quilômetro útil, um recorde para o
setor. O índice de acidentes também caiu significativamente. Houve
redução de 17,3% nos últimos três anos.
Segundo o ministro dos Transportes, serão iniciadas, ainda este ano, as
obras de construção do contorno ferroviário entre São Félix e Cachoeira
(BA), com investimentos de R$ 130 milhões; a construção do contorno de
São Francisco do Sul (SC); com recursos totais de R$ 30 milhões, e a
adequação da travessia ferroviária no perímetro urbano de Barra Mansa (RJ), com aplicação de R$ 43 milhões.
Revitalização da indústria e geração de empregos
Com o aumento dos investimentos no setor e a ampliação da produção de
carga, houve incremento na frota das empresas e geração de postos de trabalho na indústria de locomotivas e vagões. O número de vagões utilizados pelas concessionárias subiu 43,2% nos últimos três anos (de 62.932 para 90.119).
Já a quantidade de locomotivas cresceu 20,4% no mesmo período de 1.987
para 2.394. Somente em 2005 foram produzidos 7.500 vagões e para este ano há encomendas de mais quatro mil. Entre 2003 e 2005 foram fabricados mais de 14 mil vagões com a ampliação duas fábricas e a criação de outras quatro gerando 30 mil empregos diretos e indiretos.
Reestruturação das empresas
As medidas adotadas pelo governo envolveram ainda um marco regulatório
que permitiu ajustes societários entre concessionárias para sanear
economicamente as empresas, estabeleceu metas de produção e segurança.
A autorização para a reestruturação da Brasil Ferrovias, por exemplo, foi
uma das principais ações de ajuste societário e operacional de uma
concessionária. A operação envolveu investimentos de R$ 1,2 bilhão,
sendo 44% do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o restante por parte dos principais sócios da empresa.
Ferrovia Norte-Sul Em três anos e meio, o governo federal aplicou mais de R$ 300 milhões na construção de 150 quilômetros da ferrovia Norte-Sul trecho entre Aguiarnópolis e Araguaína, em Tocantins.
No trecho entre Açailândia (MA) e Porto Franco (MA) que envolve 200 Km,
a ferrovia já está em operação transportando cerca de 1,5 milhão de
toneladas de carga por ano, especialmente soja.
O projeto da Norte-Sul contempla, ao todo, 1.500 km atravessando as
regiões Centro-Oeste e Norte do país. Desse total, está em fase de licitação a
escolha da subconcessionária que vai operar e construir outros 358 km
ligando Açailândia a Palmas, no Tocantins.
Quando concluída, a ferrovia vai transportar no sentido sul-norte
produtos agrícolas e industrializados (algodão, soja, açúcar, ferro, farelo e
óleo de soja) e minerais e no sentido norte-sul, combustíveis e fertilizantes
permitindo a exploração comercial de uma área de cerca de 1,8 milhão de
quilômetros quadrados.
Outras obras:
· Construção do contorno ferroviário de Campo Grande (MS);
· Construção do contorno ferroviário de Barretos (SP);
· Rebaixamento do leito ferroviário em Maringá (PR);
· Construção da ponte ferroviária de Lins (SP);
· Construção do viaduto sobre a ferrovia em Alagoinhas (BA);
· Construção do contorno ferroviário em Campo Belo (MG);
· Passagem inferior sob a ferrovia na área urbana de Vespasiano (MG).