A luta da Polícia Federal contra o Governo Lula não se resume apenas à reposição de 67%, prometida há um ano e seis meses pelo ministro da Justiça, Thomaz Bastos. Conforme o presidente do Sindicato dos Policiais Federais de Alagoas, Jorge Venerano, o motivo pelo qual eles se reúnem hoje na sede da Polícia Federal é conseguir o aumento e evitar que a corporação seja instrumento político nas mãos do governo.
Venerano diz que a paralisação é por tempo indeterminado, já que o Governo Federal tem apenas até o dia 30 para anunciar a prometida reposição. O movimento apelidado de “Bananaço” por reunir vários policiais federais em um café-da-manhã a base de banana é baseado em uma luta antiga de todos os sindicalistas: a reestruturação da carreira da Polícia Federal.
Conforme Venerano, uma das lutas que levou à paralisação da Polícia Federal em Alagoas, São Paulo, Brasília e Santa Catarina é para mudar a forma como o Ministério da Justiça está tratando os cargos de confiança da PF. “Nós viramos garotos propagandas do governo. A Federal é hoje um instrumento usado politicamente”.
Para evitar este suposto uso, a sugestão dos sindicalistas é a indicação dos diretores e superintendentes por lista tríplice. “O governo desvaloriza a experiência e coloca nos cargos altos, pessoas que não possuem o conhecimento necessário. Queremos uma lista tríplice indicada pelos servidores. A partir daí seria escolhido um nome pelo governo para ser sabatinado no Senado Federal. Experiência, idoneidade e competência são os critérios. Há pessoas com mais de uma pós-graduação que não possuem sequer perspectivas de crescimento”, colocou.
De acordo com Venerando, os cargos seria exercido por dois anos, podendo ser renovado por mais dois. “O que não engessaria a instituição, nem criaria vínculos. Além do mais, daria uma maior independência da Polícia Federal”, explicou. O discurso do movimento é unificado em todo o país.
A paralisação nacional levou o ministro da Justiça a ir a televisão e negar o uso político da Polícia Federal. A expectativa dos sindicalistas é que o governo anuncie com uma contra-proposta do reajuste até o dia 30 deste mês. Quanto à luta pelas demais reivindicações – conforme Venerando – seguem.