O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve uma evolução patrimonial nominal de 98,4% nos últimos quatro anos.
Seus bens pessoais declarados eram R$ 422,9 mil em 2002 e passaram a R$ 839 mil, segundo documento oficial entregue ontem pelo PT ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O principal adversário de Lula, o candidato a presidente pelo PSDB, Geraldo Alckmin, declarou um total de bens no valor de R$ 691,7 mil.
Há quatro anos, quando foi candidato e venceu a disputa para o governo de São Paulo, o tucano dizia possuir R$ 554,5 mil. Registrou, portanto, uma evolução nominal de 24,8%. No período que vai de julho de 2002 a junho deste ano, a inflação acumulada pelo IPCA foi de 38,7%.
Lula teve uma evolução patrimonial 59,7 pontos percentuais acima da alta de preços em quatro anos. A de Alckmin perdeu para a inflação, ficando 13,9 pontos abaixo da taxa apurada.
O PT divulgou nota sobre a evolução patrimonial de Lula: "Deve-se à poupança de parte do seu salário como presidente da República e aposentadoria, bem como aos rendimentos de aplicações anteriores a 2002, acrescidos da aplicação da poupança mensal já referida em fundos de investimento especificados na declaração entregue hoje [ontem] ao TSE".
A lei não obriga os candidatos a divulgar bens dos seus familiares nem faz exigência sobre atualização de valores históricos de imóveis adquiridos no passado.
A comparação entre a evolução patrimonial de vários políticos muitas vezes fica prejudicada, pois não se sabe os critérios adotados por eles. Como presidente da República, Lula ganha um salário de R$ 8.885,48. Também tem uma aposentadoria de R$ 4.294. Dá um total bruto de R$ 13.179,48. Já Geraldo Alckmin recebia R$ 12.720 mensais como governador de São Paulo até renunciar ao cargo em abril passado.