Os homossexuais em Alagoas estão revoltados com mais um caso de assassinato no Estado. A morte de José Ednaldo Amâncio Salustiano, com 16 facadas, já é a 16ª deste ano, número muito próximo da quantidade de homicídios ocorridas durante todo o ano de 2005, que somaram 17 mortes.
José Ednaldo morreu no dia em que começaria a I Parada Gay de São Luiz do Quitunde, com uma palestra sobre homofobia. “Ele é a nossa liderança no município. Tivemos várias reuniões para organizar a parada, que agora nem vai ter mais”, disse Dino Alves, secretário de Direitos Humanos do Grupo Gay de Alagoas, GGAL, e representante do Movimento Nacional de Direitos Humanos, ainda abalado com o assassinato.
“Há pouco tempo, estivemos com o secretário de Justiça e Defesa Social, coronel Ronaldo, e pedimos providências. Enquanto isso, mais dois foram assassinados. Precisamos de uma audiência no Ministério Público para discutir o problema da violência”, reivindicou Dino Alves, que afirma já ter entrado em contato com a assessoria do secretário, para marcar outra reunião.
De acordo com os dados do Grupo Gay de Alagoas, todos os assassinatos ocorrem com requintes de crueldade, o que preocupa e assusta os homossexuais, que, neste ano, lutam contra a homofobia.
O tema foi motivo de palestra ontem, no lançamento da Parada Gay de Maceió, que está marcada para o dia 13 de agosto.
Assassinato
José Ednaldo Amâncio Salustiano foi assassinado nesta madrugada, no povoado Quitunde, que fica no município de São Luiz do Quitunde.
Quando a polícia chegou no local, o corpo foi encontrado com 16 facadas, em frente a casa, que estava vazia. De acordo com o policial Ivanildo, da Delegacia de São Luis, há suspeitas de que houve uma briga, mas não há informações precisas, nem em relação ao nome e idade de Ednaldo.
“Estamos investigando e na próxima semana chamaremos as testemunhas para depor. Nenhuma linha de investigação pode ser descartada”, ressaltou.