O juiz Alberto Anderson Filho retomou há pouco, com cerca de uma hora e 15 minutos de atraso, os trabalhos do segundo dia do julgamento de Suzane von Richthofen e dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, o mais esperado do ano.
O júri popular deve presenciar nesta terça-feira (18/7) uma acareação entre os réus, a pedido da defesa dos Cravinhos e da promotoria. Isto porque Suzane, de um lado, e Cravinhos, de outro, apresentaram versões opostas nos depoimentos e interrogatórios do primeiro dia, em quase dez horas de sessão.
A ordem da sessão foi invertida, ficando como primeira etapa o interrogatório das testemunhas. Em seguida, acontece a acareação —como são nove as testemunhas, pode ser que a acareação fique para amanhã. O irmão de Suzane, Andreas von Richthofen, é a primeira testemunha a depor.
Daniel acusou Suzane de ser a “mentora” do assassinato dos próprios pais, Manfred e Marísia von Richthofen, enquanto que Suzane disse o oposto: foi Daniel quem planejou e executou o crime. Os depoimentos também foram conflitantes quanto a supostas agressões a Suzane pelo pai, ao uso de drogas, à perda da virgindade da estudante e a detalhes do dia do crime.
A surpresa ficou por conta da versão dos irmãos de que Cristian não teria participado do assassinato, por ter entrado em “estado de choque”. A versão muda o depoimento prestado por Cristian no decorrer do processo, apresentando agora Daniel como único responsável por desferir os golpes com barras de ferro contra Manfred e Marísia. A alteração do depoimento pode custar a Cristian o benefício da redução da pena, segundo Nadir de Campos —um dos promotores no caso.
O julgamento deve seguir até a próxima sexta-feira (21/7). A promotoria quer pelo menos 50 anos para cada um dos réus. Enquanto a defesa de Suzane pretende provar que ela sofreu “coação moral irresistível”, a de Cravinhos vai buscar a comprovação de que a estudante é a principal responsável pela morte dos pais.