Fazendeiro é julgado pela morte de vereador José Renildo

Neste momento, o fazendeiro José Renato de Oliveira e Silva está sendo julgado pelo assassinato do vereador por Coqueiro Seco, José Renildo dos Santos, ocorrido em março de 1993. Renildo foi seqüestrado, torturado, esquartejado e decepado.

Por conta das circunstâncias, a morte de José Renildo teve repercussão internacional. Na Oceania – por exemplo – foi criado um prêmio de Direitos Humanos com o nome do vereador de Coqueiro Seco. O crime, para as associações internacionais que defendem os Diretos Humanos, foi bárbaro pelos requintes de crueldade e pela intolerância.

José Renato vai a júri pela terceira vez. O julgamento é presidido pelo juiz da 9ª Vara Criminal, José Braga Neto. Neste instante, José Renato está sendo submetido às argüições da defesa, feitas pelos advogados de defesa, Welton Roberto e Raimundo Palmeira, e pela acusação – promotores Martha Bueno e Everaldo Patriota.

O julgamento ocorre no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro. Nas outras ocasiões, José Renato alegou não poder dar continuidade por conta dos problemas de saúde. Para evitar esta situação, a promotoria montou uma UTI móvel no local, com para-médicos e um geriatra.

Segundo José Renato, durante as argüições, ele não conhecia o militar identificado por Walter – acusado de sumir com o corpo do vereador, deixando a cabeça na cidade de Xexéu e o restante do cadáver em Água Preta, cidades Pernambucanas. Walter é natural de Água Preta e se encontra foragido da Justiça. Há informações de que ele foi assassinado.

José Renato negou também a autoria do crime. Ele alega estar sendo vítima de um complô político montado pelos irmãos Robson e Doca Coutinho, que, na época, almejavam a Prefeitura Municipal de Coqueiro Seco. Renato diz que José Renildo pertencia ao grupo político dos Coutinho e trabalhava como “pau mandado”.

“Tudo que acontecia de ruim em Coqueiro Seco o José Renildo ia às rádios me acusar. Inclusive, quando ele assumiu a homossexualidade dele disse que meu filho (Tadeu Fragoso, ex-prefeito de Coqueiro Seco) também era homossexual, só não tinha coragem de assumir”, declarou.

José Renato afirma que Renildo foi morto para incriminá-lo e desta forma atingir Tadeu Fragoso, o tirando da prefeitura. Fragoso exerceu o mandato de prefeito e vereador em Coqueiro Seco, durante o período que vai de 1988 a 1992.

No discurso, o fazendeiro acusou o delegado Aguinaldo Ramos de acobertar os irmãos Coutinho. O promotor Everaldo Patriota indagou porque José Renato não se defendeu antes e porque não procurou autoridades responsáveis. Ele apenas se limitou a dizer que “deixou para lá” o fato que, segundo ele, lhe deixou doente durante 13 anos – o tempo que o caso se arrasta na Justiça de Alagoas.

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