Com o apoio do Fundo de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Fundeci), o Centro de Ciências Agrárias (CECA) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) implantou e conduziu projeto experimental de plantio de milho que vem resultando na maximização do cultivo do grão no Estado. O Fundeci é gerenciado pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do Banco do Nordeste.
O experimento foi iniciado em outubro de 2004, na Área Experimental do Campus Delza Gitaí, e consiste no cultivo de milho BRS 3003 em Sistemas de Plantio Convencional (SPC), Plantio Direto (SPD), Cultivo Mínimo (SCM) e Integração Lavoura-Pecuária (SILP), sendo este último em consórcio com a gramínea Brachiária decumbens.
O objetivo do projeto foi avaliar os efeitos de diferentes sistemas de manejo do solo sobre os componentes de produção da cultura do milho, buscando a sustentabilidade dessa cultura dentro das condições climáticas dos Tabuleiros Costeiros de Alagoas. O projeto teve ainda como objetivos específicos introduzir e divulgar o SPD, objetivando a conservação e o melhoramento dos recursos naturais, em especial o solo, e diversificar áreas com cultivo de monocultura, muito comuns nos Tabuleiros.
Resultados
O projeto iniciou uma mudança no cultivo de milho em Alagoas, tendo em vista que a agricultura do Estado tem se caracterizado pelo desenvolvimento da monocultura, o que contribui para uma dependência de outros Estados para suprir sua produção de milho, e de outros produtos agrícolas. Desde 2001, a produção de milho do Estado vinha sofrendo decréscimos, devido a fatores como: falta de preparo do solo com práticas conservacionistas e utilização de variedades de milho pouco produtivas, associadas ao cultivo extrativista em solos exauridos pela erosão ou de baixa fertilidade natural.
Os resultados apresentados demonstram que a produtividade de grãos de milho no Sistema de Plantio Direto é uma alternativa ao Sistema Convencional de cultivo de milho, agregando valor pela maximização da produtividade. A utilização do SILP permite ao agricultor retorno na produção de milho e forragem para o gado. De acordo com a equipe do projeto, o experimento vem contribuindo para uma revolução científica no Estado de Alagoas, desencadeando, através dos resultados, a maximização da produção de milho através do manejo sobre plantio direto.
Segundo o coordenador do projeto, Abel Washingthon de Albuquerque, a sustentabilidade da produção agrícola, no que diz respeito ao solo, depende da adoção, por parte dos agricultores, de dois princípios básicos. “O primeiro é a utilização das terras de acordo com a capacidade de uso e o segundo é a utilização de técnicas de manejo e de conservação do solo que mantenham suas propriedades favoráveis à elevação e manutenção da produtividade de glebas, classificando-as como aptas para o uso agrícola”, revela. Ele informa ainda que a cultura do milho é tradicionalmente realizada com duas arações e duas gradagens, o que normalmente causa compactação e erosão.
