O grupo formado por mais da metade da população brasileira está cada vez mais capacitado e preparado para assumir cargos de representação política. A informação é da secretária da Mulher em Alagoas, Vanda Menezes, que participa hoje da I Reunião de Políticas para as Mulheres da Região Nordeste.
O evento acontece na Barra de São Miguel e reúne representantes de órgãos ligados à mulher de todo o nordeste, para analisar projetos e resultados de políticas públicas. Em Alagoas, de acordo com Vanda Menezes, a mulher ganhou mais consciência dos direitos e está cobrando mais do poder público.
“A Secretaria Especializada da Mulher foi a primeira criada em todo o país, em 2002. Nós articulamos políticas com o Governo e executamos as ações. Como resultados, vemos que a mulher está mais consciente dos direitos e vêm na secretaria para recorrer deles, de uma forma geral”, afirmou.
Uma das ações citadas pela secretária foi o lançamento do livro Gogó de Emas, que expõe a participação feminina na política alagoana. “Já treinamos 300 professores e estamos capacitando mais 180 para adotarem o livro na sala de aula”, disse Vanda Menezes, enfatizando a importância de passar aos estudantes que a mulher está lutando e conseguindo espaço na sociedade.
Também referente à área política, em 2004, a secretaria lançou o primeiro caderno do projeto Mulher e Democracia e nessa sexta-feira lançou o segundo, em comemoração aos quatro anos do órgão. No segundo caderno, intitulado Gênero e Política, estão subsídios para trabalhar questões femininas e estimular a participação da classe na representatividade do poder público.
“Temos que fazer e cobrar projetos que também nos favoreçam. Um calçamento irregular não ajuda quem anda de salto alto, nem a mãe que precisa empurrar um carrinho de bebê. O projeto de revitalização do Centro de Maceió levou em conta essa reivindicação e está com um calçamento liso”, exemplificou Vanda.
Participação das mulheres
Dados da Secretaria Especializada da Mulher em Alagoas mostram que o Estado é o que tem mais vereadoras e prefeitas de todo o país, de forma proporcional ao número de municípios e habitantes.
As mulheres também têm dado mais importância à qualidade de vida e passaram a denunciar quando são vítimas de violência. “No ano passado foram cerca de três mil denúncias e este ano já temos quase duas mil. Alguns podem se perguntar se foi a violência que aumentou, mas nós sabemos que não; o que acontecia era que elas se calavam e não denunciavam”, afirmou Vanda Menezes.
Para a secretária, a classe – responsável por 50% da economia ativa e 30% da informal brasileira – ainda precisa conquistar espaços em cargos representativos, para combater problemas evitáveis, como a violência. “Nós mulheres precisamos ser vistas como cidadã e não como uma segunda categoria”, finaliza.